Três das maiores empresas de navegação do mundo — Maersk, Hapag-Lloyd e Mediterranean Shipping Company (MSC) — estão a redirecionar para a rota do Cabo da Boa Esperança os seus navios que normalmente atravessariam o Mar Vermelho para ligar o Oceano Indico ao Canal de Suez e ao Mar Mediterrâneo, ou vice-versa. O objetivo da medida é evitar o estreito de Bab-el-Mandeb, entre o Corno de África e o Iémen, devido aos ataques à navegação pelos rebeldes hutis, que controlam grande parte do Iémen desde há nove anos.
Com o desvio de porta-contentores, petroleiros e outros cargueiros à volta de África (o que representa pelo menos mais 6000 quilómetros, ou dez dias de viagem), o custo de transporte de mercadorias da Ásia para a Europa está a aumentar e, com ele, o espectro de nova vaga inflacionista para a economia mundial. Desde novembro, quando atacaram os primeiros navios que passam nesta estratégica rota, em reação à ofensiva israelita sobre Gaza, os hutis já dispararam mais de 100 drones, e alguns mísseis balísticos, contra navios comerciais, em mais de 30 ataques.
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