A primeira volta das eleições mais determinantes para o futuro político da Turquia termina sem respostas, com a tensão social em crescendo num país minado pela angústia e pela desconfiança a caminho do precipício que é, dia 28, a decisão entre República ou Islão
A noite eleitoral turca de domingo abriu com uma manipulação categórica. Os primeiros resultados divulgados pela agência de notícias Anatólia, pró-governamental, anteviam uma vitória rápida e expressiva para o Presidente Recep Tayyip Erdogan na primeira volta das presidenciais, prevendo-lhe uma votação superior a 50%.
A notícia foi divulgada pela imprensa internacional e o ânimo da oposição esbatia-se, quando os presidentes da Câmara de Istambul e Ancara, estrelas políticas do Partido Republicano do Povo (CHP, esquerda laica republicana), em campanha eleitoral pelo candidato presidencial Kemal Kiliçdaroglu, surgiram na televisão para questionar a veracidade dos números avançados.
Os dados alteraram-se progressivamente e equilibraram-se abaixo dos 50% para os dois principais aspirantes. Comentadores televisivos acusaram a agência Anatólia de manipulação e, pela primeira vez em 20 anos, os eleitores do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, nacionalismo islamita), terão de apoiar Erdogan num segunda volta eleitoral, agendada para 28 de maio.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes