Uma cronologia dos últimos dias da rainha e dos primeiros do novo rei para continuar em cima do acontecimento
Um texto para quem quer acompanhar todos os passos
Um texto para quem quer acompanhar todos os passos
Aos últimos dias de vida da rainha Isabel II, falecida a 08 de setembro, aos 96 anos e após mais de 70 de reinado, seguiram-se os primeiros do novo Rei, o seu filho Carlos III.
Eis os principais acontecimentos da última semana de viragem histórica no Reino Unido, que cativou as atenções mundiais:
- 06 setembro –
Após ter aceitado a demissão do então primeiro-ministro Boris Johnson, Isabel II recebeu no castelo de Balmoral, na Escócia, Liz Truss, a nova líder do Partido Conservador britânico, e nomeou-a primeira-ministra – a 15.ª nos seus mais de 70 anos no trono e dois dias antes da sua morte. As imagens do encontro, as últimas da monarca, mostram-na frágil, mas de pé, apoiada numa bengala, apertando a mão da nova chefe do Governo do Reino Unido.
- 07 setembro -
A sua última declaração pública, enquanto rainha do Canadá, foi uma mensagem de condolências pelas vítimas dos ataques com arma branca ocorridos na província de Saskatchewan.
A seguir, adiou uma reunião por videoconferência do Conselho Privado, um órgão consultivo real: “Após um dia preenchido ontem (06 de setembro), Sua Majestade aceitou hoje à tarde o conselho dado pelos seus médicos de repousar”, anunciou o palácio de Buckingham.
- 08 setembro -
De manhã, o príncipe Carlos voou para Balmoral.
O palácio de Buckingham anunciou num comunicado às 12:32 (locais e de Lisboa) que os médicos da rainha estavam “preocupados” com o seu estado de saúde e “recomendaram que ela fosse colocada sob vigilância médica”.
A recém-empossada primeira-ministra, Liz Truss, foi informada da morte de Isabel II às 16:30 (locais e de Lisboa).
A sua morte foi oficialmente anunciada às 18:30: “A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde”, indicou o palácio.
A filha de Isabel II, a princesa Ana, esteve com ela durante as suas últimas 24 horas.
O seu filho primogénito tornou-se de imediato rei do Reino Unido e de mais 14 nações, adotando o nome de Carlos III.
- 09 setembro -
Carlos III e a mulher, Camilla, a rainha consorte, partiram de Balmoral com destino ao palácio de Buckingham, em Londres, onde saudaram a multidão enlutada.
O novo rei prestou homenagem à mãe num discurso transmitido pela televisão. Tal como ela fizera, também ele prometeu aos cidadãos britânicos servi-los toda a vida e se comprometeu a defender “os princípios constitucionais” do Reino Unido.
Depois, nomeou o seu filho primogénito, o príncipe William, e a mulher, Catherine, príncipes de Gales.
Diversos responsáveis políticos, entre os quais a nova primeira-ministra britânica, participaram numa cerimónia religiosa em homenagem a Isabel II na catedral de St. Paul, em Londres. Foi a primeira vez desde 1952 que foi oficialmente entoada a versão masculina do hino nacional, “God save the King” (“Deus salve o Rei”).
- 10 setembro -
Carlos foi oficialmente proclamado Rei, numa cerimónia em Londres. Salvas de tiros de canhão foram disparadas em todo o país.
Numa rara demonstração de unidade, os dois filhos do novo rei, os príncipes William e Harry, e as respetivas mulheres, Catherine e Meghan, foram juntos ver as flores deixadas pelos súbditos em frente ao castelo de Windsor.
- 11 setembro -
O veículo funerário que transportava a urna da rainha saiu do castelo de Balmoral com destino ao palácio de Holyroodhouse, em Edimburgo, a residência oficial da monarca na Escócia. A princesa Ana acompanhou o cortejo ao longo das seis horas do percurso.
- 12 setembro -
O Rei Carlos III dirigiu-se às duas câmaras do Parlamento, no palácio de Westminster, em Londres.
A urna da rainha foi transportada em cortejo fúnebre de Holyroodhouse para a catedral de St. Giles, na capital escocesa. Os seus quatro filhos – o Rei Carlos III e os príncipes Ana, André e Eduardo – fizeram o percurso a pé, atrás do carro funerário.
As primeiras de uma multidão de 33.000 pessoas começaram a desfilar junto à urna de Isabel II para lhe prestar uma última homenagem.
Numa tradicional vigília de 15 minutos, chamada “vigília dos príncipes”, os quatro filhos da monarca posicionaram-se de pé junto à urna, um em cada topo e os outros dois em cada um dos lados, de costas para ela e de cabeça baixa.
- 13 setembro -
O Rei Carlos III deslocou-se de avião até Belfast, primeira visita à Irlanda do Norte, onde se reuniu com os deputados norte-irlandeses.
Apertou a mão ao Presidente irlandês, Michael D. Higgins, primeiro chefe de Estado estrangeiro a encontrar-se como novo monarca, num serviço religioso realizado na catedral de St. Anne, em Belfast.
A urna da rainha Isabel II, acompanhada pela princesa Ana, foi transportada de Edimburgo para Londres num avião militar e depois conduzida ao palácio de Buckingham, residência oficial da monarca na capital do reino.
- 14 setembro -
A urna da soberana seguiu de Buckingham para o palácio de Westminster, num percurso assinalado a cada minuto por salvas de tiros de canhão disparadas de Hyde Park, que se escutavam em fundo.
No cortejo fúnebre seguiram a pé os filhos da rainha e os netos William e Harry. No grupo, encontravam-se ainda outros membros da família real, como o marido da princesa Ana, Tim Laurence, e o filho, Peter Phillips, o primo da rainha, príncipe Ricardo (duque de Gloucester) e o sobrinho da rainha, David Armstrong-Jones (conde de Snowdonia), filho da sua irmã, a princesa Margarida.
A rainha consorte, a princesa de Gales, a Condessa de Wessex, Sofia (mulher do príncipe Eduardo), e a Duquesa de Sussex, Meghan (mulher de Harry), seguiram de carro.
À chegada, a urna foi carregada em braços por uma guarda de honra até ao salão de Westminster, a parte mais antiga do edifício onde funciona o parlamento britânico, cujas origens remontam ao século XI.
O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, celebrou então uma curta missa para o Rei e restante família real antes de o espaço ser aberto ao público, às 17:00.
A urna de carvalho, fechada e coberta pelo estandarte real e pela Coroa Imperial do Estado, esfera e ceptro, ali ficará até segunda-feira, dia do funeral de Estado, assente numa plataforma elevada, designada como catafalco, e continuamente guardada por soldados de regimentos militares que servem a Coroa britânica.
Como eram esperadas, nos dias seguintes, dezenas de milhares de pessoas para prestar uma última homenagem a Isabel II, foi anunciado que o salão estaria aberto 24 horas por dia até às 06:30 de segunda-feira, dia do funeral.
Foram velados no mesmo espaço o primeiro-ministro William Gladstone (1898), os reis Eduardo VII (1910), Jorge V (1936) e Jorge VI (1952) e Winston Churchill (1965).
O último membro da família real a ficar em câmara ardente no Salão de Westminster foi a Rainha-mãe, Isabel Bowes-Lyon, em 2002, quando cerca de 200.000 pessoas fizeram fila para dela se despedirem, ao longo de três dias.
- 15 setembro -
O rei passou o dia em privado, mas membros da família realizaram visitas a diferentes partes do país para participar em eventos relacionados com as cerimónias fúnebres.
O príncipe Eduardo e a mulher foram a Manchester, no norte da Inglaterra, para ver os tributos deixados à rainha pelos súbditos e falar com eles, e a princesa Ana deslocou-se a Glasgow, na Escócia.
O príncipe William e a mulher foram ver as flores deixadas junto aos portões de Sandringham House, em Norfolk, no leste de Inglaterra.
- 16 setembro -
O Rei Carlos III e os três irmãos cumpriram hoje à noite, em Wesminster Hall, durante 15 minutos, uma segunda “vigília dos príncipes”, a tradição de velar a urna, como fizeram na segunda-feira, 12 de setembro, na catedral de St. Giles, em Edimburgo.
O Príncipe André, Duque de York, foi autorizado pelo rei a envergar a sua farda militar nas cerimónias fúnebres da mãe, pelo que os quatro irmãos compareceram nos seus uniformes de gala.
- 17 setembro –
Os oito netos de Isabel II velaram também a urna da avó em Westminster Hall, durante 15 minutos. William e Harry lideraram o grupo, com William, o novo Príncipe de Gales e herdeiro da Coroa britânica, seguindo um pouco à frente do irmão mais novo, Harry.
O rei Carlos III também autorizou Harry, o Duque de Sussex, a usar o seu uniforme militar de gala, apesar de este se ter afastado do papel que desempenhava na família real após o casamento com a atriz Meghan Markle e se ter mudado para os Estados Unidos.
- 18 setembro –
O Governo britânico declarou oficialmente encerrado o acesso à fila onde as pessoas aguardam para entrar em Westminster Hall para prestarem uma última homenagem à rainha Isabel II, e as autoridades policiais londrinas indicaram que, à hora do encerramento, pouco depois da meia-noite (local e de Lisboa), o tempo de espera rondava as 14 horas.
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