Poucos minutos depois da notícia do falecimento da rainha Isabel II, o Presidente da República de Portugal dirigiu uma carta ao novo Rei do Reino Unido, Carlos III, manifestando “profunda e sincera consternação” e “um imenso pesar” com que tomou conhecimento da morte.
Nessa carta, que publicou no site da Presidência, Marcelo entrega “em nome do Povo português e no meu próprio, os meus sinceros pêsames” pela perda sofrida, assegurando que “Sua Majestade a Rainha Isabel II permanecerá para todos um exemplo de coragem, de dedicação, de estabilidade e de inabalável sentido de serviço público, como o foi ao longo dos seus mais de 96 anos de vida e 70 anos de reinado”.
“Para Portugal e para todos os Portugueses”, frisa o Presidente português, “perdurarão na memória de cada um de nós, com inquestionável carinho e apreço, as visitas que a Rainha Isabel II realizou ao nosso país, em 1957 e 1985”. E acrescenta: “Para mim, pessoalmente, não poderei esquecer a honra do encontro mantido aquando da minha deslocação a Londres, já em 2016”.
À mesma hora da publicação da nota, Marcelo falava também na RTP sobre Isabel II. "Era de uma sabedoria, de uma inteligência, de uma determinação, de uma coragem física e psíquica ilimitadas. Marcou parte significativa do século XX e ainda as primeiras décadas deste século XXI", disse o Presidente em direto do Brasil, onde está em visita oficial.
Marcelo sublinhou “a capacidade de entender os grandes políticos internacionais: como ela gostava de dizer, tinha conhecido vários presidentes norte-americanos, vários líderes soviéticos, chineses, tinha privado com dezenas de líderes europeus, africanos, também sul-americanos, asiáticos. Até pelo seu papel chave na comunidade de língua inglesa, não houve no século XX quem tivesse uma experiência tão rica. E em mundos tão diferentes como foi o do pós-guerra de crença num crescimento ilimitado, de crença, da queda do Muro e fim da era soviética, e agora desta era marcada pela crise do multilateralismo”. Foi, assim, “um fator de unidade” e “soube acompanhar as mudanças” dos tempos.
Marcelo, que espera agora que Carlos III “tenha um mandato tão feliz como a sua mãe”, confirmou também a presença nas cerimónias fúnebres. O chefe de Estado lembrou que o Reino Unido é “o mais antigo aliado português” e “só podia ser o chefe de Estado a estar presente em representação dos portugueses” no funeral de Isabel II.
Costa diz que Isabel II "marcou a história britânica"
Igualmente em Brasília, o presidente da Assembleia da República de Portugal, Augusto Santos Silva, enalteceu "a enorme contribuição da rainha Isabel II para a democracia britânica" e considerou que a sua morte "é uma perda muito grande também para Portugal".
"Eu lamento muito o falecimento da rainha Isabel II, ao fim de 70 anos de reinado, ao fim de uma vida longa, em que ela personificou melhor que ninguém o monarca de uma monarquia constitucional", declarou Augusto Santos Silva aos jornalistas, num hotel de Brasília.
O primeiro-ministro António Costa reagiu via Twitter, enviando “as minhas sentidas condolências à família real e ao povo do Reino Unido”.
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