O cheiro não é agradável. É uma mistura de sujidade, pó e sangue seco. Fica preso nas narinas, criando, talvez por sugestão, um sabor metálico na boca. Os sacos, de onde emana o odor, estão identificados com etiquetas com o apelido e as primeiras letras do primeiro nome e do patronímico. É nesta sala, de quatro por sete metros quadrados, sem janelas e uma luz branca a fraquejar, que os prisioneiros de guerra russos tiram as fardas que trazem, a maior parte deles vem diretamente do campo de batalha, com ferimentos. Recebem uma farda azul, de verão ou de inverno, dependendo da altura do ano, chinelos, dois pares de sapatos, toalhas, roupa interior, pijama, elixir bocal, escova e pasta de dentes, um copo de plástico e um sabonete.
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