Há precisamente um ano, uma sondagem realizada na Ucrânia dava conta de que a corrupção era entendida como maior ameaça ao desenvolvimento da Ucrânia como democracia moderna do que a invasão russa: 51% contra 46%. Por isso, o anúncio de uma lei que retirava a independência a duas importantes agências anticorrupção — o Gabinete Nacional Anticorrupção (NABU) e a Procuradoria Especializada Anticorrupção (SAP) — desencadeou protestos em massa, os primeiros desde que a Rússia lançou a sua invasão em larga escala da Ucrânia, em 2022.
“As ações do Presidente prejudicaram a confiança entre ele e a população”, garante Mattia Nelles, diretor executivo do German-Ukrainian Bureau, organização focada em investigação e consultoria estratégica para melhorar as relações germano-ucranianas. Apesar de as taxas de aprovação do Presidente da Ucrânia continuarem elevadas, “os protestos servem de alerta”, sublinha Nelles. “Caso Zelensky atue contra o que a maioria da sociedade considera inegociável — o caminho europeu —, os ucranianos não hesitarão em exigir veementemente uma correção de rumo.”
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