Foi Richard Nixon que cunhou a “teoria do louco”, quando, em 1968, confidenciou ao seu chefe de gabinete, H. R. Haldeman, que queria que os norte-vietnamitas pensassem que estava disposto a fazer fosse o que fosse para acabar com a guerra (incluindo usar armas nucleares). Isso fá-los-ia “implorar por paz”, acreditava Nixon.
A estratégia não correu conforme planeado, tendo a Guerra do Vietname durado até 1975. Donald Trump repete-a, contudo, na sua política externa, tendo adquirido gosto particular por deixar os líderes mundiais na dúvida sobre a seriedade das suas intenções e a temer a sua imprevisibilidade. Já admitiu usar força militar para defender Taiwan da China, afirmou que os Estados Unidos (EUA) poderiam tomar a Faixa de Gaza, realocando os palestinianos noutro lugar e criando a “Riviera do Médio Oriente”, e surpreendeu o mundo com a intervenção americana na Guerra de Doze Dias, contra o Irão.
As surpresas não ficam por aqui. A 4 de julho, numa conversa telefónica entre Trump e Volodymyr Zelensky, o Presidente americano perguntou ao seu homólogo ucraniano se poderia atacar Moscovo e São Petersburgo. A resposta a este desafio (ou sondagem) sobre intensificar ataques em profundidade contra território russo surgiu em forma de pedido: mais armas para a Ucrânia.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt