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Guerra na Ucrânia

Terras raras: acordo entre EUA e Ucrânia beneficia quem? Trump mudou de posição relativamente a Putin? Será esta a “maior cartada da Rússia?

Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Getty Images

A exploração de minerais de terras raras na Ucrânia é uma vitória que Donald Trump pode chamar a si. Finalmente assinado, entre os Estados Unidos e a Ucrânia, o acordo estabelece o Fundo de Investimento para a Reconstrução que concede aos EUA acesso aos minerais de terras raras da Ucrânia, mas deixa Kiev sem quaisquer garantias de segurança

Aparências e narrativas são importantes para o Presidente dos Estados Unidos, que construiu uma retórica de resolução rápida dos conflitos. Por isso, após a reunião improvisada no Vaticano, à margem do funeral do Papa Francisco, gerou-se algum otimismo de que Volodymyr Zelensky poderia ter persuadido Donald Trump a não ceder às exigências russas de concessões territoriais ucranianas. Nas últimas horas, tornou-se evidente que o líder ucraniano ainda tinha um coelho a tirar da cartola: o assunto (adiado) das terras raras, cujo acordo foi selado esta quarta-feira.

Depois de a reunião na Sala Oval, no final de fevereiro, ter culminado em gritos e ter votado o acordo para a exploração de minerais em solo ucraniano ao esquecimento, os Estados Unidos e a Ucrânia resolveram reavivá-lo, anunciando a criação de um novo fundo de reconstrução e investimento.

O acordo económico assinado entre os dois países visa dar aos EUA acesso aos recursos das reservas de minerais de terras raras da Ucrânia, incluindo lítio, titânio e grafite, metais fundamentais para as baterias, as tecnologias de informação e comunicação (fabrico de telemóveis) e automóveis. Não se podem também fazer tecnologias verdes — o que ironicamente tornará os Estados menos dependentes dos hidrocarbonetos russos —, inteligência artificial ou tecnologias de defesa sem estes minerais estratégicos críticos, e isso é importante não só para os Estados Unidos como para a Europa, cujas economias querem posicionar-se melhor na tecnologia de ponta, face à China (que detém a maior parte desses recursos).

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