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Guerra na Ucrânia

Sem ajuda dos Estados Unidos, a Ucrânia entra na sua fase semelhante à dos “talibãs ou norte-vietnamitas”

Forças ucranianas em Mariupol
Forças ucranianas em Mariupol
NurPhoto

A administração Trump está a afastar-se das relações de aliança tradicional e a aproximar-se de uma diplomacia unilateral, transacional e de base económica. A Ucrânia poderá adiar o desaire, mas a partir do verão enfrentará uma nova situação no terreno

Especialistas militares ouvidos pelo Expresso acreditam que a Ucrânia tem cerca de quatro a seis meses antes que o impacto da suspensão da ajuda por Donald Trump se faça sentir no campo de batalha. Também o Governo ucraniano já afirmara em público que tinha armas e munições suficientes para aguentar o primeiro semestre deste ano. Constituindo um grande golpe para as forças ucranianas, não se espera que a frente, ou seja, a linha defensiva, entre em colapso repentinamente.

A ajuda militar americana à Ucrânia já totalizou cerca de 67 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros) – praticamente o valor garantido por todos os parceiros europeus juntos. Nos últimos dias, a presidente da Comissão Europeia anunciou um plano de 800 mil milhões de euros para rearmar a Europa.

O desfalque criado pela decisão do Presidente americano sobre os esforços militares ucranianos poderá não levar a um grande avanço russo para já, considera Amanda Paul, analista do Centro de Política Europeia. Muito distante já dos níveis de produção de 2022, “a Ucrânia utiliza agora drones de fabrico nacional para a maioria dos ataques no campo de batalha”, garante a investigadora, em declarações ao Expresso.

A Ucrânia aumentou quantitativamente o fabrico de armamento, inclusive as capacidades de longo alcance. “Embora possam não ser tão eficazes como algumas das soluções dos EUA, especialmente os ATACMS e HIMARS – cujas capacidades são ainda desconhecidas –, não dependem do consentimento estrangeiro para a sua utilização”, analisa, por outro lado, Mark Hilborne, investigador de estudos de defesa do King’s College de Londres.

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