Guerra na Ucrânia

UE acorda pacote de assistência financeira à Ucrânia, Zelensky vê “oportunidade” para acabar com a guerra em 2025: o 959.º dia de conflito

Presidente ucraniano na cimeira Ucrânia-Sudeste Europeu, na Croácia
Presidente ucraniano na cimeira Ucrânia-Sudeste Europeu, na Croácia
Anadolu

Ucrânia vai receber empréstimo de 35 mil milhões de euros. Presidente ucraniano diz que há “oportunidade” para pôr fim ao conflito “o mais tardar” no próximo ano e também pede à UE para acolher “todas as nações democráticas da Europa”. Eis o resumo do essencial desta quarta-feira

Os embaixadores dos países da União Europeia (UE) chegaram a acordo sobre um empréstimo de 35 mil milhões de euros à Ucrânia, no quadro de 45 mil milhões de euros em assistência do G7 ao país invadido pela Rússia.

“Hoje o Conselho [da UE] chegou a acordo sobre o pacote de assistência financeira para a Ucrânia, que inclui um empréstimo de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros e um mecanismo de cooperação de empréstimo que vai apoiar a Ucrânia no pagamento dos empréstimos até 45 mil milhões de euros provenientes da UE e dos parceiros do G7”, refere um comunicado dos 27.

Também nesta quarta-feira, o Presidente ucraniano pediu à UE para acolher “todas as nações democráticas da Europa”, na abertura de uma cimeira Ucrânia-Sudeste Europeu. “Se a Europa não estiver unida hoje, não estará em paz. Os processos de adesão devem, portanto, ser concluídos”, defendeu Volodymyr Zelensky, apelando a Bruxelas para que dê as boas-vindas a “todas as nações democráticas da Europa”.

O líder ucraniano viajou até à Croácia para uma cimeira que reúne os chefes de Estado, de Governo ou da diplomacia de 13 países (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Kosovo, Moldávia, Montenegro, Macedónia do Norte, Roménia, Sérvia, Eslovénia e Turquia).

“Em outubro, novembro e dezembro, temos a oportunidade de avançar para a paz e para uma estabilidade duradoura. A situação no campo de batalha cria uma oportunidade para fazer esta escolha, a escolha de uma ação decisiva para acabar com a guerra o mais tardar em 2025”, afirmou Zelensky no encontro em Dubrovnik.

Mais notícias do dia:

⇒ A reunião sobre a defesa da Ucrânia marcada para sábado numa base militar dos Estados Unidos na Alemanha foi adiada, após o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter cancelado a visita de Estado ao país devido ao furacão Milton. Já na quinta-feira, Zelensky será recebido pelo homólogo francês, Emmanuel Macron, e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, na sexta-feira, dia em que também terá um encontro com o Papa Francisco, segundo anunciou o Vaticano.

⇒ A Ucrânia pretende organizar uma nova cimeira de paz até ao final deste ano e quer que a Rússia participe, disse o embaixador do país na Turquia, mas excluindo quaisquer conversações bilaterais diretas com Moscovo durante a reunião. “Um dos objetivos mais importantes desta cimeira é alcançar uma paz justa na Ucrânia. Não estamos a falar de um formato em que a Ucrânia e a Rússia se sentam frente a frente e a Ucrânia ouve as exigências da Rússia”, declarou Vasyl Bodnar.

⇒ O primeiro-ministro húngaro considerou que “deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto” da UE e criticou o que diz ser a perda de competitividade do bloco político-económico. “Deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto da UE […], a União Europeia também não incentivou a transformação das cadeias de abastecimento e as empresas perderam percentagem de mercado”, afirmou Viktor Orbán, na abertura de um debate no Parlamento Europeu.

⇒ A presidente da Comissão Europeia criticou Orbán por continuar a culpar a Ucrânia pela invasão russa, questionando se culpa o seu país pela invasão soviética de 1956. “O mundo inteiro viu as atrocidades da guerra da Rússia, mas ainda há quem culpabilize o invadido, em vez do invasor, culpam a sede de liberdade dos ucranianos, em vez da ânsia de poder de Putin”, disse Ursula von der Leyen, durante o debate sobre as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia.

⇒ O registo nacional de pessoas desaparecidas na Ucrânia reconhece pelo menos 59.490 casos, muitos deles relacionados com o conflito com a Rússia, mas a informação fornecida por Kiev é insuficiente e as Nações Unidas querem mais dados. O Comité das Nações Unidas para os Desaparecimentos Forçados lamentou a falta de clareza dos dados fornecidos pelo Governo ucraniano, que indicam que 48.138 dos casos registados estão “em circunstâncias especiais”.

⇒ Um tribunal militar de Moscovo condenou o opositor russo Yevgeny Mishchenko a 12 anos de prisão, depois de o ter acusado de envolvimento numa organização terrorista. Mishchenko, de 50 anos, foi acusado de oferecer terrenos para as atividades da legião “Liberdade para a Rússia”, constituída por voluntários russos que lutam do lado ucraniano. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, declarou a legião como uma organização terrorista.

Pode relembrar aqui os principais acontecimentos do dia anterior.

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