Guerra na Ucrânia

NATO diz que Ucrânia pode enfrentar o inverno mais rigoroso desde o início do conflito, Orbán quer mudar estratégia: o 958.º dia de guerra

Destruição causada por ataque russo em Chasiv Yar, na região ucraniana de Donetsk
Destruição causada por ataque russo em Chasiv Yar, na região ucraniana de Donetsk
Anadolu

Aliança Atlântica “deve e vai fazer mais para ajudar a Ucrânia”, garante o novo secretário-geral. Primeiro-ministro húngaro defende que “estratégia atual não funciona”. Presidente ucraniano diz que forças do país estão a manter pressão suficiente sobre as tropas russas na região russa de Kursk. Eis o resumo da evolução do conflito nesta terça-feira

A Ucrânia poderá enfrentar o inverno mais rigoroso desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, enquanto Moscovo continua a atacar as infraestruturas energéticas críticas do país, afirmou o novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

“A NATO deve e vai fazer mais para ajudar a Ucrânia. Quanto mais apoio militar dermos, mais rapidamente esta guerra terminará”, disse Rutte numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Finlândia, Alexander Stubb.

O primeiro-ministro húngaro defendeu que a Ucrânia não pode vencer a guerra com a Rússia no campo de batalha e que o diálogo e o cessar-fogo são necessários para salvar vidas. A Hungria anunciou que vai adiar o acordo final sobre um empréstimo de 50 mil milhões de dólares do G7 à Ucrânia até depois das eleições presidenciais nos Estados Unidos. “Não queremos bloquear nada, apenas queremos convencer os líderes europeus a mudar a sua estratégia [em relação à Ucrânia] porque a estratégia atual não funciona”, declarou Viktor Orbán.

Outras notícias do dia:

⇒ As autoridades russas ordenaram a retirada de mais de mil civis, no segundo dia do incêndio provocado por um ataque da Ucrânia num importante terminal petrolífero na Crimeia, região ucraniana anexada por Moscovo. “Para garantir a segurança das pessoas que vivem nas proximidades do local (…) foi realizada a retirada temporária de 1047 pessoas, que foram enviadas para centros de alojamento”, declarou Igor Tkatchenko, presidente da Câmara de Feodosia, onde se localiza o terminal.

⇒ O Presidente da Ucrânia indicou que as forças do país estão a manter pressão suficiente sobre as tropas russas na região russa de Kursk, onde Kiev lançou uma incursão em agosto. “Os combates estão a decorrer na região de Kursk pelo terceiro mês e estamos a manter a pressão necessária sobre a Rússia neste sector”, afirmou Volodymyr Zelensky após uma reunião com comandantes superiores.

⇒ As autoridades russas anunciaram avanços na ofensiva na região ucraniana de Donetsk, no leste do país, com a captura da cidade de Zorianoe Pérvoe. “Unidades do grupo de forças do sul continuaram a avançar profundamente nas defesas do inimigo e libertaram a cidade de Zorianoe Pérvoe, na República Popular de Donetsk”, informou o Ministério da Defesa russo. Nas últimas semanas, o exército russo tem reclamado avanços e sucesso em várias ações militares, incluindo a captura de Grodovka, na segunda-feira.

⇒ Também no leste da Ucrânia, as forças russas entraram nos arredores da cidade de Toretsk, anunciaram os militares ucranianos, menos de uma semana após a queda do bastião de Vuhledar. O Ministério da Defesa russo não reagiu, mas na segunda-feira indicou que as suas forças infligiram danos em efetivos e equipamento perto de várias povoações na área, incluindo perto de Toretsk.

⇒ Quase todos os prisioneiros de guerra ucranianos e metade dos prisioneiros de guerra russos entrevistados pelo Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas relataram ter sido torturados. O alto-comissário Volker Turk disse ao Conselho dos Direitos Humanos que o seu gabinete recolheu testemunhos de 174 prisioneiros de guerra ucranianos desde março de 2023. “Quase todos deram relatos credíveis e detalhados de tortura ou maus-tratos” durante o cativeiro. Dos 203 prisioneiros de guerra russos na Ucrânia entrevistados no mesmo período, cerca de metade relataram tortura e maus-tratos.

⇒ A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, indicou que não se reuniria com Vladimir Putin para discutir a guerra na Ucrânia sem que Kiev estivesse representada. Se for eleita Presidente, uma reunião com o chefe de Estado russo “não terá lugar bilateralmente, sem a Ucrânia”, explicou numa entrevista ao canal de televisão CBS. Nesta importante questão de política externa, a candidata democrata à Casa Branca procurou diferenciar-se claramente do rival Donald Trump, a um mês das eleições presidenciais.

Pode recordar aqui os principais acontecimentos do dia anterior.

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