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Guerra na Ucrânia

A incursão da Ucrânia na Rússia tem vários objetivos, mas o principal está a falhar: “Quem fraquejará primeiro? Essa é a questão”

Entrada de militares ucranianos em Sudzha
Entrada de militares ucranianos em Sudzha
Global Images Ukraine

O objetivo da incursão ucraniana era mais estratégico do que diplomático – desviar as forças russas da batalha-chave por Pokrovsk – e não está a funcionar como pretendido, mesmo que a ressonância política tenha excedido as expectativas. O território russo capturado tem pouco valor em si, então porque terão os ucranianos querido ameaçar Kursk? Alguns analistas acreditam que o objetivo real era fazer cair a ideia “vazia” das “linhas vermelhas” russas, o que também prova que os interesses da NATO – menos disposta a correr riscos – e da Ucrânia “não são os mesmos”

Se a incursão na região de Kursk se destinasse apenas a elevar a motivação dos militares ucranianos, Zelensky poderia dar por bem-sucedida a sua missão: em duas semanas, as forças ucranianas capturaram mais território russo do que as tropas de Moscovo na Ucrânia desde o início do ano. Se a Ucrânia for capaz de levar a guerra para solo russo depois de mais de dois anos de combates, numa guerra que Putin acreditava que seria rápida e fácil, continua a fazer com que o Presidente pareça fraco e ineficaz.

“Há também uma motivação tática potencial: há uma ferrovia que atravessa Sudzha, logo atrás da fronteira, e o corte dessa ferrovia torna a logística e o abastecimento russos mais difíceis”, diz ao Expresso David Stone, do Departamento de Estratégia e Política na Escola de Guerra Naval, dos EUA. Pelo menos 20 unidades ucranianas estão envolvidas na incursão de Kursk, algumas das quais seriam forças de reserva para ajudar a reforçar linhas defensivas fraturadas e proporcionar um alívio às tropas que lutaram sem descanso ao longo de meses.

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