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Guerra na Ucrânia

Incursão em Kursk: Ucrânia “pode considerar, esporádica ou periodicamente, outras operações transfronteiriças”

Incursão em Kursk: Ucrânia “pode considerar, esporádica ou periodicamente, outras operações transfronteiriças”
Anatoliy Zhdanov/Reuters

O comandante das forças armadas ucranianas, coronel-general Oleksandr Syrskyi, anunciou que a Ucrânia já controla cerca de mil quilómetros quadrados de território russo na região de Kursk, mais ou menos o equivalente ao que a Rússia conseguiu conquistar no último ano. É a primeira vez que um exército estrangeiro penetra as fronteiras da Rússia desde a II Guerra Mundial e Vladimir Putin sente bem o peso simbólico do que acabou de acontecer. Kiev, dizem os analistas, não quer anexar o território que conquistou, apenas enfraquecer o poder ofensivo de Moscovo

Incursão em Kursk: Ucrânia “pode considerar, esporádica ou periodicamente, outras operações transfronteiriças”

Ana França

Jornalista da secção Internacional

A incursão da Ucrânia em território russo vai no oitavo dia. Desde 6 de agosto, milhares de soldados ucranianos têm penetrado as fronteiras da Rússia, percorrendo estradas e autoestradas sem encontrar um único tanque russo. Apenas perto das zonas urbanas tem havido combates mais intensos.

Soldados ucranianos filmaram-se a hastear a bandeira do país em edifícios administrativos na Rússia, e dominam pelo menos mil quilómetros quadrados da região de Kursk, no sul do país. A primeira dúvida surge logo aqui: se há uma bandeira ucraniana, é uma ocupação? E a palavra a usar é “invasão”?

“Não”, assegura ao Expresso Liam Collins, diretor do Madison Policy Forum, coronel reformado do exército dos Estados Unidos e conselheiro governamental para a Ucrânia de 2016 a 2018. “É apenas uma etapa desta guerra, um novo local onde a guerra está a ser travada, desta vez em solo russo. Os ucranianos não querem tomar os territórios que ocuparam, não querem que venham a ser parte da Ucrânia, ao contrário do que acontece com a Rússia”. O objetivo é outro, analisa Collins. “A Ucrânia está a tentar forçar a Rússia a reposicionar forças nas fronteiras, de forma a enfraquecer as capacidades ofensivas da Rússia.”

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