Guerra na Ucrânia

Há novos cortes de energia na Ucrânia, mas Kiev ataca Rússia com armas ocidentais (o 832.º dia de guerra)

Central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia
Central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia
REUTERS

"Depois de seis ataques em massa à rede elétrica, há uma escassez significativa de eletricidade", disse o Ministério da Energia da Ucrânia. Os sucessivos ataques russos contra o sistema energético da Ucrânia fizeram com que o país perdesse mais de nove gigawatts de capacidade de produção de eletricidade

A Ucrânia prepara-se para novos cortes de energia, na sequência de uma nova vaga de bombardeamentos russos que tem causado a destruição em grande escala das infraestruturas energéticas, alertaram as autoridades ucranianas.

"Depois de seis ataques em massa à rede elétrica, há uma escassez significativa de eletricidade", disse o Ministério da Energia deste país que tinha cerca de quarenta milhões de habitantes antes da invasão russa, lançada em fevereiro de 2022. Os sucessivos ataques russos contra o sistema energético da Ucrânia fizeram com que o país perdesse mais de nove gigawatts de capacidade de produção de eletricidade, anunciou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal.

No entanto, não é só a Rússia que está a atacar. Segundo as autoridades russas, as forças ucranianas intensificaram os ataques à região fronteiriça russa de Kursk, mantendo simultaneamente a pressão sobre Belgorod.

Kiev reivindica primeiro ataque com armas ocidentais em território russo


A Ucrânia assumiu responsabilidade pelo seu primeiro ataque com armas ocidentais contra um objetivo militar localizado dentro da Federação russa, anunciou a vice-ministra ucraniana para a reintegração dos territórios ocupados. Kiev recebeu, nas últimas semanas, permissão dos seus principais aliados para atingir, com as armadas cedidas, certos alvos militares dentro da Federação Russa.

A ministra-adjunta da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Irina Vereshchuk, publicou, nas redes sociais, imagens de um sistema de lançamento de mísseis S-300 em chamas alegadamente localizado "em território russo". Vereshchuk sublinha que este ataque ocorreu "dias depois" da autorização de parceiros ocidentais para o uso de armamento seu cedido à Ucrânia contra objetivos russos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou aos países aliados de Kiev para que autorizem "total margem de manobra na utilização das armas que lhes foram fornecidas".

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ A comunidade ucraniana assinala na quinta-feira em Lisboa o desastre da barragem ucraniana de Kakhovka, alertando que a Rússia é responsável pela maior "catástrofe ambiental" na Europa na última década e deve pagar pelo crime de ecocídio. A iniciativa, que recorda o colapso da hidroelétrica a 5 de junho do ano passado na região de Kherson, no sul da Ucrânia.

⇒ A ativista russa Anastasia Shevchenko pediu à comunidade internacional para que não reconheça a legitimidade de Vladimir Putin como Presidente da Rússia. "Apelo a todos os governos do mundo para que não reconheçam o ditador e criminoso Vladimir Putin como o presidente legítimo do meu país", disse Shevchenko num discurso gravado em vídeo no segundo dia do Fórum da Liberdade de Oslo.

⇒ Os apoiantes do falecido opositor russo Alexei Navalny prestaram-lhe homenagem, depositando flores na sua campa em Moscovo. O dia 832 de guerra coincidiu com o dia de aniversário do crítico do poder do Kremlin, caso estivesse vivo completaria 48 anos.

⇒ O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) anunciou que a provedora das crianças imposta por Moscovo para a autoproclamada República de Lugansk, Inna Mishchenko, está a ser procurada por Kiev por deportação de menores. "O serviço especial ucraniano processou dados sobre a participação direta da suspeita na deportação, a transferência para os invasores dos arquivos pessoais de crianças do território temporariamente ocupado da região de Lugansk e a sua transferência ilegal para a Rússia", informaram as autoridades ucranianas, em comunicado.

⇒ A Itália vai fornecer um novo sistema de defesa aérea SAMP/T, um equivalente franco-italiano do Patriot norte-americano, respondendo aos apelos de Kiev para o reforço do controlo aéreo face aos bombardeamentos russos, anunciaram hoje as autoridades ucranianas. "O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, confirmou que o seu país irá fornecer à Ucrânia um segundo sistema de defesa aérea SAMP/T", declarou Andriï Iermak, chefe da administração presidencial ucraniana, na rede Telegram.


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