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Guerra na Ucrânia

Países africanos lusófonos têm adotado posição “mista” face à invasão russa da Ucrânia e “Angola beneficiou claramente da guerra”

João Lourenço e Vladimir Putin, em 2019.
João Lourenço e Vladimir Putin, em 2019.
Aleixei Druzhinin

Nenhum dos países africanos lusófonos apoiou a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas só Cabo Verde e São Tomé e Príncipe a condenaram de forma consistente. A estratégia dual dos restantes, que mantêm amizade com Moscovo e Kiev, pode esconder uma aproximação maior e crescente ao Kremlin. “Vamos assistir, no futuro, a uma maior presença da Rússia em África e também nos países da CPLP”, prevê ao Expresso o analista Luís Bernardino

África tornou-se um teatro mais importante para a Rússia depois da invasão da Ucrânia, em 2022, ao proporcionar-lhe um palco para mostrar que Moscovo continua a ser bem vista e encarada como capital de uma grande potência. Vários analistas têm referido que, por causa da nova centralidade africana, a Rússia investe pesadamente em campanhas de desinformação ali, com argumentário em que loas ao mundo multipolar estão sempre presentes.

É fácil de compreender: “Com os seus 54 votos na Assembleia-Geral da ONU, África também pode fornecer alguma cobertura para as violações flagrantes da Carta das Nações Unidas pela Rússia”, diz ao Expresso Joseph Siegle, que lidera as investigações e comunicações estratégicas do Centro de Estudos Estratégicos de África, e que estuda o papel de “atores” estrangeiros — incluindo a Rússia — no continente africano. “África é mais importante para a Rússia do que a Rússia é para África.”

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