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Guerra na Ucrânia

Putin quer abrir o diálogo com o Ocidente? E o que quer Xi Jinping da Europa? E em que ponto ficam as relações entre Moscovo e Pequim?

Putin quer abrir o diálogo com o Ocidente? E o que quer Xi Jinping da Europa? E em que ponto ficam as relações entre Moscovo e Pequim?
Reuters

Putin tem uma estratégia de propaganda contra o Ocidente: criar uma barreira entre o Oeste e o Sul Global e afirmar que Moscovo é a verdadeira aliada de todas as capitais que lutam contra a hegemonia norte-americana. Mas, então, para quê vincar a sua disponibilidade para o diálogo? Pequim tem mantido uma postura semelhante, ora com aproximações, ora com hostilidades. No entanto, entre Moscovo e Pequim há grandes - e cada vez maiores - diferenças no balanço custo-benefício das tensões com o Ocidente

Churchill descreveu a Rússia como “um enigma, envolto num mistério, dentro de um enigma”. O mesmo pode ser dito de Putin. Dois anos após o início da guerra, o Presidente russo continua a oscilar entre a ameaça beligerante e a (menos frequente) defesa do diálogo com o Ocidente. Há dois dias, a Rússia ameaçou atacar instalações militares britânicas e ordenou que os seus militares realizassem exercícios de treino para manuseio de armas nucleares no campo de batalha. O Kremlin alegou, nessa altura, que se tratava de uma resposta aos comentários do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre as tropas ocidentais poderem lutar na Ucrânia, e do secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, sobre o uso de armas fornecidas pelos britânicos contra o território russo.

Um dia depois, quando tomou posse para um novo mandato de seis anos, Vladimir Putin disse que cabe ao Ocidente escolher entre a confrontação e a cooperação. O Presidente russo já deixou claro várias vezes que acredita que os países ocidentais usam a Ucrânia como um meio para um só fim: derrotar e desmembrar a Rússia. Mas, na cerimónia da tomada de posse, e depois de prestar juramento, Putin vincou perante a elite política da Rússia que não rejeitava o diálogo com o Ocidente, inclusive sobre armas nucleares. “A escolha é deles: pretendem continuar a tentar conter o desenvolvimento da Rússia, continuar a política de agressão, de pressão incessante sobre o nosso país durante anos, ou procurar um caminho para a cooperação e a paz?”, atirou.

Mas porquê falar de diálogo quando as tensões entre Moscovo e as capitais ocidentais parecem não ter fim à vista?

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