Guerra na Ucrânia

Zelensky lamenta ajuda insuficiente para combater “terror russo”, NATO dá prioridade a envio de armas para a Ucrânia: o 785.º dia de guerra

Escombros de um edifício que ruiu na sequência do ataque com mísseis russos em Chernihiv
Escombros de um edifício que ruiu na sequência do ataque com mísseis russos em Chernihiv
Anadolu

Presidente ucraniano diz que ataque russo a Chernihiv, que matou pelo menos 17 pessoas, não teria acontecido “se a determinação do mundo em combater o terror russo tivesse sido suficiente”. Secretário-geral da NATO indica aos aliados que dêem prioridade ao envio de armas para Kiev. Eis os principais acontecimentos desta quarta-feira

Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois de três mísseis russos terem atingido o centro de Chernihiv, cidade no norte da Ucrânia. “Isto não teria acontecido se a Ucrânia tivesse recebido equipamento de defesa aérea suficiente e se a determinação do mundo em combater o terror russo tivesse sido suficiente”, escreveu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais.

O secretário-geral da NATO pediu aos países aliados para darem prioridade ao envio de armas que permitam à Ucrânia defender-se da Rússia, em detrimento da necessidade de cumprir as metas de reservas da organização para autodefesa.

“Se os aliados forem confrontados com a escolha entre cumprir os objetivos de capacidade da NATO e prestar mais assistência à Ucrânia, a minha mensagem é clara: enviem mais armas para a Ucrânia”, sublinhou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa, depois de se ter reunido com os líderes dos Países Baixos, Dinamarca e República Checa.

Os primeiros-ministros da República Checa, Dinamarca e Países Baixos e o secretário-geral da NATO
Anadolu

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ A Rússia perdeu mais de 50 mil soldados nos dois anos de guerra contra a Ucrânia, segundo uma contagem verificada pela BBC, que admitiu que o número poderá ser muito superior. “A nossa análise não inclui as mortes das milícias em Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, ocupadas pelos russos. Se fossem adicionadas, o número de mortos do lado russo seria ainda maior”, indicou a estação britânica.

⇒ A primeira-ministra da Estónia exortou os países que apoiam a Ucrânia a “fazer mais”, perante um “momento histórico” de tensões geopolíticas, pedindo que se evite o “erro” de desvalorizar conflitos isolados, que levou à Segunda Guerra Mundial. “Precisamos de ser brutalmente honestos: todos temos de fazer mais”, disse Kaja Kallas, em conferência de imprensa em Bruxelas.

⇒ Os Países Baixos entregaram três caças de combate F-16 adicionais para formação de pilotos ucranianos na Roménia, embora as sessões de treino ainda não tenham começado. Além da transferência dos aviões, decorreu uma reunião entre o ministro da Defesa romeno, Angel Tilvar, e a homóloga neerlandesa, Kajsa Ollongren, numa base aérea em Borcea, na Roménia.

⇒ Pequim afirmou que “qualquer conflito” deve ser resolvido “através de negociações”, referindo-se à conferência que vai ter lugar em junho, na Suíça, com base na proposta de paz de Kiev. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, salientou que, apesar de a conferência estar ainda “numa fase preparatória”, o país está “pronto a manter a comunicação” com todas as partes.

⇒ A Câmara de Representantes do Congresso dos Estados Unidos vai votar no sábado propostas distintas para desbloquear fundos para a Ucrânia, Israel e Taiwan, enquanto o Presidente apela a uma decisão rápida. Num artigo publicado no “Wall Street Journal”, Joe Biden pede para a Câmara “adotar urgentemente” os projetos de lei sobre nova ajuda à Ucrânia e Israel, bem como sobre a ajuda humanitária a Gaza.

⇒ Os promotores de uma campanha na Eslováquia para comprar munições para a Ucrânia anunciaram que pretendem juntar um milhão de euros, rejeitando a recusa do Governo em enviar ajuda militar ao país vizinho. Milhares de pessoas já contribuíram com 575 mil euros para a campanha de crowdfunding desde segunda-feira, quando a iniciativa foi lançada. Desde que chegou ao poder em 2023, o primeiro-ministro Robert Fico pôs fim à ajuda militar a Kiev e apelou para conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.

⇒ Mais de 13 mil crianças foram retiradas nas últimas semanas da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, informou o governador Viacheslav Gladkov. Desde 12 de março, Belgorod tem sido alvo de ataques quase diários com fogo de artilharia e drones provenientes dos territórios ucranianos, razão pela qual as autoridades retiraram a população das zonas mais afetadas.

⇒ A investigação por crime de guerra sobre a morte na Ucrânia de Pierre Zakrzewski, repórter de imagem franco-irlandês da Fox News, foi entregue no início de abril a juízes de instrução do tribunal de Paris, anunciou fonte judicial. Zakrzewski foi morto enquanto cobria a ofensiva russa em Horenka, a 14 de março de 2022, juntamente com uma produtora ucraniana que o acompanhava, quando o veículo em que seguiam foi alvejado.

⇒ O grupo Atesh, formado por resistentes ucranianos da Crimeia que lutam clandestinamente contra a ocupação russa, assumiu a responsabilidade por um ataque na segunda-feira contra um campo de aviação militar, destruindo um sistema antiaéreo móvel S-400.

Recorde ainda os principais acontecimentos do dia anterior.

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