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Guerra na Ucrânia

“A probabilidade de os russos serem expulsos do Donbas e da Crimeia é baixa, mesmo que os EUA consigam mais apoios no Congresso”

Donetsk
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Anadolu

A probabilidade de uma vitória total na Ucrânia é baixa, considera Brian J. Morra, um antigo oficial das secretas dos EUA que desvendou a verdadeira história por detrás do abate do voo 007 da Korean Airlines pela União Soviética durante a Guerra Fria. Nesta entrevista ao Expresso, Morra defende que a “jogada de Putin”, de ameaçar usar armas nucleares, foi “brilhante” e estará na origem da lentidão dos apoios a Kiev e provável necessidade de negociar a paz. Após meses de impasse, Câmara dos Representantes norte-americana deve votar esta semana planos separados de ajuda militar à Ucrânia e à Israel

Brian J. Morra, antigo oficial das secretas norte-americanas, tem uma perspetiva crítica da abordagem de Joe Biden às guerras, em particular à da Ucrânia. Na perspetiva do perito em segurança, que chegou a ser condecorado quando estava na Força Aérea, o Presidente norte-americano deveria ter estabelecido “objetivos específicos” para definir o que seria uma vitória na Ucrânia. Não o tendo feito, juntamente com a NATO, condenou o seu Governo a uma ajuda militar infindável que poderá não produzir resultados.

“Os Estados Unidos e o resto da NATO moveram-se muito, muito lentamente para fornecer à Ucrânia as armas necessárias para vencer, ou, pelo menos, ter um impasse decisivo na Ucrânia”, diz Brian Morra ao Expresso. “Em vez de haver algum tipo de plano secreto para acabar com a guerra, o que está a acontecer é que os políticos estão atrapalhados.” O autor do livro “The Able Archers”, sobre como a Humanidade evitou por pouco a extinção, no outono de 1983 [um exercício militar da NATO motivou o abate do voo 007, da Korean Airlines, pela União Soviética] conversou com o Expresso sobre a emergência das tensões internacionais, com três polos em competição: o mundo ocidental e democrático, os gigantes autocráticos e o Sul global.

A entrevista foi feita antes do líder da Câmara dos Representantes norte-americana, Mike Johnson, ter anunciado que devem ser votados planos separados de ajuda militar à Ucrânia e à Israel e antes do ataque iraniano a Israel.

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