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Guerra na Ucrânia

Vem aí uma grande ofensiva russa? É difícil, “se pensarmos no tempo que demoraram a conquistar localidades como Avdiivka ou Bakhmut”

Vem aí uma grande ofensiva russa? É difícil, “se pensarmos no tempo que demoraram a conquistar localidades como Avdiivka ou Bakhmut”
Stringer/Reuters

A ameaça de uma grande ofensiva estival russa paira sobre todas as intervenções públicas dos principais comandantes ucranianos. Em parte, essas declarações fazem parte de um exercício de pressão que não é novo para apressar os Estados Unidos e a NATO no envio de mais equipamento. Por outro lado, várias fontes russas, sob anonimato, têm vindo dizer que a cidade de Kharkiv é um alvo prioritário. Qual vai ser, afinal, o foco de Moscovo nos próximos meses?

Vem aí uma grande ofensiva russa? É difícil, “se pensarmos no tempo que demoraram a conquistar localidades como Avdiivka ou Bakhmut”

Ana França

Jornalista da secção Internacional

No final de março, o Presidente da Ucrânia deslocou-se à cidade de Sumy, que esteve sob controlo russo durante todo o mês de março de 2022. Volodymyr Zelensky não foi lá visitar tropas na linha da frente, que já não existe, antes fortificações e linhas de defesa que os ucranianos estão a construir à volta desta e de outras cidades do nordeste, para o caso de os russos voltarem a tentar conquistar território nesta zona. Foi a partir dessa visita que a atenção mediática se voltou de novo para Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana. Com quase dois milhões de habitantes antes da guerra, esteve com os russos à porta a maior parte de 2022.

Em setembro desse ano, os ucranianos conseguiram impor a Moscovo uma pesadíssima derrota numa cidade e região quase totalmente russófonas. Todas as forças russas se que tinham instalado no distrito de Kharkiv retiraram-se para território russo internacionalmente reconhecido. Este, de qualquer forma, fica a apenas 30 quilómetros do centro da cidade.

Voltar a tentar tomar a cidade parece “um pouco surrealista” aos olhos do major-general Arnaut Moreira, especialista em geopolítica e autor de livros sobre estratégia militar, devido ao investimento em força humana e arsenal bélico que teria de ser mobilizado. Prevenir é sempre melhor do que andar atrás do prejuízo. “Zelensky foi a Sumy para mostrar um sistema defensivo, andou a mostrar um conjunto de fortificações, bunkers, etc. E não se constroi esse tipo de organização do terreno sem que haja a perceção de que possa haver ali uma ameaça”, começa por sublinhar numa conversa com o Expresso.

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