Rússia terá executado mais de 50 prisioneiros de guerra ucranianos
Procuradoria-Geral da Ucrânia revelou que já houve um militar russo condenado por este tipo de crime na província de Chernigov
Procuradoria-Geral da Ucrânia revelou que já houve um militar russo condenado por este tipo de crime na província de Chernigov
As autoridades ucranianas afirmaram hoje que pelo menos 54 prisioneiros de guerra foram executados pelas forças russas desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, reportou a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Segundo a agência, o Ministério Público ucraniano indicou que está a investigar 27 casos relacionados com as alegadas execuções, que poderão conduzir a processos criminais contra os principais suspeitos.
O chefe do Departamento de Combate aos Crimes Cometidos em Condições de Conflito Armado da Procuradoria-Geral, Yurii Belousov, apelou a que estas pessoas "sejam recordadas" e pediu que se evite "anunciar prematuramente os nomes dos falecidos".
"Estamos a tentar descobrir quem é o comandante [russo] responsável por tais ações. Não se trata apenas dos comandantes das unidades, mas também das mais altas chefias militares e políticas [da Rússia]. Porque não se trata de um caso isolado, mas sim de um teste à política russa", afirmou.
Belousov recordou que, desde março de 2022, se registaram casos de execuções de prisioneiros de guerra ucranianos e explicou que o primeiro militar russo já foi condenado por este motivo na província de Chernigov, no norte do país.
"O trabalho continua. A Ucrânia tem uma experiência única na documentação de crimes sem sequer ter acesso ao território. Trabalhamos com o Tribunal Penal Internacional, a Missão de Vigilância da ONU, agências de informação e organizações não-governamentais que também recolhem informações. A nossa tarefa agora é documentar, registar e contar a verdade ao mundo", sublinhou.
Na terça-feira, as autoridades ucranianas confirmaram um ataque com 'drones' (aeronaves não tripuladas) a uma academia da força aérea na província de Voronezh, no sudoeste da Rússia.
Os serviços secretos ucranianos reivindicaram a responsabilidade pelo ataque, enquanto vários meios de comunicação social apontam para danos consideráveis nas instalações da academia em Borisoglebsk. No entanto, a Rússia considera que os danos são superficiais.
O governador de Voronezh, Alexander Gusev, confirmou o ataque, mas disse que vários 'drones' tinham sido intercetados e abatidos pelos sistemas de defesa aérea russos. Até à data, não foram noticiados feridos ou vítimas mortais.
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