Guerra na Ucrânia

David conheceu uma mulher na internet, partilhou segredos militares com ela, está acusado de conspiração: guerra na Ucrânia, dia 742

David conheceu uma mulher na internet, partilhou segredos militares com ela, está acusado de conspiração: guerra na Ucrânia, dia 742
Anadolu Agency/Getty Images

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deteve um militar reformado de 63 anos, suspeito de revelar documentos do Pentágono sobre a invasão da Rússia numa plataforma de encontros amorosos. Moscovo já nacionalizou 180 empresas e €11,5 mil milhões desde o início da guerra. Zelensky pediu mais ajuda anti-aérea após cinco mortes no porto de Odessa

David conheceu uma mulher na internet, partilhou segredos militares com ela, está acusado de conspiração: guerra na Ucrânia, dia 742

Tiago Soares

Jornalista

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou formalmente um militar reformado por partilhar “informação classificada” sobre a guerra na Ucrânia através de uma plataforma de encontros amorosos.

David Slater, de 63 anos, é suspeito de revelar segredos a alguém que se apresentava como “uma mulher a viver na Ucrânia” – incluindo documentos oficiais do Pentágono sobre “alvos militares russos”.

Até ao ano passado, o homem trabalhou numa base militar norte-americana especializada em segurança nuclear: a STRATCOM, no Nebraska, onde tinha uma credencial alta o suficiente para consultar materiais referentes à invasão de Moscovo e à resposta ucraniana.

JOSHUA ROBERTS/Reuters

“Os indivíduos com autorização para aceder a informação ‘Top Secret’ estão incumbidos de certas responsabilidades. As alegações contra David Slater colocam em questão se ele traiu essas responsabilidades”, afirmou Susan Lehr, procuradora do Nebraska responsável pela acusação.

Uma das mensagens que consta do processo é de março de 2022: “Querido, o que mostram os ecrãs da sala especial? É muito interessante”, escreveu a pessoa que dizia estar na Ucrânia. “Querido David, Biden e a NATO têm um plano secreto para nos ajudar?”, perguntava noutra mensagem, citada pela CBS.

Slater está acusado de um crime de conspiração e dois crimes de partilha não autorizada de informação sobre defesa. Será presente a tribunal na próxima terça-feira, dia 12.

“Escrevam NAVALNY nos boletins de voto”

Na Rússia, a víuva do principal opositor a Putin anunciou um protesto no próximo dia 17 de março, um dos dias em que se realizam as eleições presidenciais russas. “Qualquer candidato exceto Putin”, afirmou Yulia Navalnaya.

“Podem arruinar o boletim de voto, escrevam ‘Navalny’ em letras grandes. E mesmo que achem que não vale a pena votar, podem aparecer nas mesas de voto e depois voltar para casa”, apelou.

Segundo o site independente “Mediazona”, pelo menos 27 mil pessoas estiveram presentes no funeral de Navalny, que morreu numa prisão nos Urais há três semanas.

O apelo da sua mulher surge numa altura em que a popularidade do presidente russo parece ter estagnado, de acordo com sondagens publicadas na imprensa russa.

Outras notícias

> As autoridades russas já nacionalizaram 180 empresas desde o início da guerra, num valor total superior a €11,5 mil milhões. As contas foram feitas pelo “Novaya Gazeta”, um jornal russo independente, em parceria com a associação Transparência Internacional. As empresas mais afetadas são da área da defesa, alimentação e pecuária – e os principais beneficiários são os “empresários próximos de Putin”, denuncia o relatório.

> Cinco ucranianos morreram após um ataque russo a um porto no Mar Negro, em Odessa. A informação foi confirmada hoje por Volodymyr Zelensky, à margem de um encontro com o primeiro-ministro da Grécia na cidade costeira. O Presidente da Ucrânia pediu ao Ocidente mais investimento na defesa antiaérea de Kiev.

> “A minha presença em Odessa mostra o respeito de todo o mundo livre pelo povo ucraniano”, afirmou o líder do governo grego, Kyriakos Mitsotakis, reiterando o “compromisso” de continuar ao lado da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a Alemanha anunciou que vai participar numa iniciativa da República Checa para oferecer munições à Ucrânia.

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