Guerra na Ucrânia

EUA e União Europeia anunciam novas sanções à Rússia: as notícias que marcaram o 730.º dia de guerra

EUA e União Europeia anunciam novas sanções à Rússia: as notícias que marcaram o 730.º dia de guerra
STATE EMERGENCY SERVICE HANDOUT/Reuters

Em véspera de aniversário da invasão russa, vários países — como os Países Baixos e a Dinamarca — fecham acordos para reiterar apoios à Ucrânia. Além disso, tanto a União Europeia como os Estados Unidos da América anunciaram novos pacotes de sanções à Rússia. Apesar das ajudas, Zelensky sublinha a necessidade de receber novos sistemas de defesa aérea e aviões de caça: “a coisa mais importante é desbloquear os céus”. Eis as notícias que marcaram o dia

Os Estados Unidos da América e a União Europeia reiteraram, esta sexta-feira, o seu apoio à Ucrânia, através de novas sanções contra a Rússia. Começando pelos EUA, o Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou centenas de novas sanções para garantir que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, "pague um preço ainda mais elevado" pela repressão a opositores e pela invasão da Ucrânia.

A Casa Branca anunciou 500 novas medidas visando tanto indivíduos ligados à prisão do opositor Alexei Navalny, que morreu na prisão a 16 de fevereiro, como a “o sector financeiro russo, a indústria de defesa, as redes de abastecimento e os autores de sanções de evasão, em vários continentes”. Biden defende que EUA não podem "virar as costas" à Ucrânia, tendo pedido ao Congresso para adotar todas as medidas que permitam a continuidade da ajuda a Kiev, "para provar que é possível contar com a América".

Já a União Europeia chegou a acordo sobre o 13.º pacote de sanções contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia, que impõe restrições a mais 106 pessoas e 88 organizações, particularmente da área da defesa. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, escreveu, na rede social X, que “o apoio da UE à Ucrânia não vacila”, acrescentando que “os responsáveis vão pagar o preço dos seus atos”.

Além das sanções, os Países Baixos anunciaram que vão assinar um acordo bilateral de 10 anos com a Ucrânia. Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, o acordo, que deve ser ratificado "em breve", testemunha o "compromisso em fornecer apoio duradouro à Ucrânia nas áreas de segurança, reconstrução e justiça".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concluiu acordos semelhantes de apoio no início deste mês com Berlim, Paris, Londres e Copenhaga. O acordo com a Dinamarca também foi assinado esta sexta-feira, prometendo um apoio de 1,8 mil milhões de euros. O acordo foi assinado na capital ucraniana, Kiev, pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, e pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na véspera de se completarem dois anos da invasão russa.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Volodymyr Zelensky pediu esta sexta-feira aos aliados ocidentais que entreguem rapidamente novos sistemas de defesa aérea e aviões de caça. "A coisa mais importante é desbloquear os céus. A defesa aérea (...) e os aviões contribuirão para isso", defendeu o líder ucraniano, numa conferência de imprensa em Lviv, no oeste da Ucrânia.

⇒ A Comissão Europeia e o Parlamento Europeu substituíram as bandeiras dos países da União pelas da Ucrânia para assinalar o segundo aniversário da invasão russa e o apoio dos 27 pela soberania ucraniana e ambições europeias. Em comunicado conjunto, divulgado pouco depois do momento simbólico em frente às instituições, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, e a do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, consideraram que no sábado vai ser assinalado um "aniversário trágico".

⇒ A Amnistia Internacional pediu a total responsabilização da Rússia pelos crimes cometidos desde 2014 na Ucrânia, declarando que só assim haverá justiça para os ucranianos. A organização não-governamental argumentou que "não existe justiça para os ucranianos sem uma responsabilização total por todos os crimes cometidos pela Rússia desde a sua intervenção militar em 2014". A Amnistia Internacional "documentou inúmeras atrocidades, como ataques deliberados a civis e a infraestruturas civis essenciais, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais, tortura, privação ilegal de liberdade, transferência forçada de civis e abuso de prisioneiros de guerra" cometidos pelos russos desde 2014.

⇒ Um jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC) culpou a política de defesa europeia pela guerra na Ucrânia, tendo afirmado que a guerra na Ucrânia é consequência do desequilíbrio na arquitetura de segurança europeia, que "não respeita" as "legítimas preocupações" de segurança da Rússia. O jornal defendeu, num editorial, que o conflito era evitável e que "houve inúmeras oportunidades para atenuar ou mesmo resolver a crise que foram desperdiçadas".

Pode ler aqui tudo o que aconteceu no 729.º dia de guerra

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