Guerra na Ucrânia

Lituânia anuncia apoio de longo prazo a Kiev, crianças tiveram de ser retiradas de Belgorod após ataques: o que marcou o 686º. dia de guerra

Linha da frente, em Lyman
Linha da frente, em Lyman
Libkos

Uma sondagem realizada por uma instituição norte-americana independente confirmou: a maioria dos russos continua a apoiar a guerra. Há um novo drone de ataque “explosivo”, desenvolvido pelo Irão para a guerra na Ucrânia. No país invadido, os ataques russos continuam em várias regiões. A Lituânia prometeu ajuda de longo prazo à Ucrânia. Eis os destaques do 686º. dia de guerra

“A hesitação ocidental em ajudar a Ucrânia ajuda Putin.” A acusação de Zelensky, numa conferência de imprensa conjunta com Gitanas Nauseda, Presidente da Lituânia, não podia ser mais direta. O Presidente da Ucrânia reuniu-se com o seu homólogo lituano em Vilnius nesta quarta-feira, marcando assim o périplo de Zelensky à Lituânia, Estónia e Letónia – todas antigas repúblicas soviéticas e agora membros da UE e da NATO. Os países são “amigos de confiança e parceiros de princípios” da Ucrânia, descreveu o líder ucraniano, quando os aliados começam a vacilar no seu apoio militar a Kiev.

Confirmando as declarações de Zelensky, foi aprovado pelo Governo lituano um pacote de 200 milhões de euros em assistência militar de longo prazo à Ucrânia. A notícia foi anunciada após a reunião entre os presidentes dos dois países.

Na conferência de imprensa na Lituânia, Zelensky também afirmou: “A Rússia pode ser travada." Os sistemas de defesa aérea são a prioridade “número um” e o que mais faz falta à Ucrânia, realçou. Pedindo mais apoio para Kiev, aproveitou ainda para alertar que Putin não iria parar na Ucrânia, mas atacaria outros vizinhos, exceto se os aliados unissem forças para detê-lo.

Também no 686º. dia de guerra, os esforços de evacuação da cidade fronteiriça russa de Belgorod continuaram: dezenas de crianças em idade escolar deixaram a localidade, após uma série de bombardeamentos ucranianos. Cerca de 300 residentes já deixaram aquela cidade, dando origem à maior retirada de uma grande cidade russa desde que Moscovo iniciou a guerra em grande escala.

Forças de Moscovo também bombardearam acidentalmente uma aldeia russa, de acordo com o Reino Unido. O Ministério da Defesa afirmou que o “treino militar inadequado” e o “cansaço” por parte das forças russas terão estado na origem do incidente.

Em nove regiões da Ucrânia, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas na sequência de ataques russos, avançaram as autoridades regionais. Duas pessoas ficaram feridas na cidade de Avdiivka, na linha da frente, na região de Donetsk. O líder do executivo regional de Kherson, Oleksandr Prokudin, revelou que dois civis ficaram feridos num ataques contra a região. Um banco, uma fábrica, uma escola e casas de civis foram atingidas. Uma mulher de 48 anos morreu e uma escola ficou parcialmente destruída após os ataques aéreos russos contra a região de Kharkiv, segundo o serviço estatal de emergência da Ucrânia.

Outras notícias a destacar:

⇒ Zelensky expressou o seu desejo de ver ações concretas no sentido da adesão da Ucrânia à NATO durante a cimeira deste ano, acrescentando que 2024 seria decisivo para a Ucrânia e para os seus aliados.

⇒ O Papa Francisco admitiu estar preocupado por estar a esvair-se a atenção internacional ao conflito na Ucrânia. Corre o risco de se tornar uma guerra “esquecida”, apontou o pontífice.

⇒ A maioria dos russos (63%) continua a apoiar a guerra em grande escala contra a Ucrânia. Pelo menos é o que revela uma sondagem divulgada pelo Centro Nacional de Investigação de Opinião da Universidade de Chicago.

⇒ As exportações de produtos agrícolas da Ucrânia através do seu corredor alternativo do Mar Negro atingiram o valor de 4,8 milhões de toneladas em dezembro, ultrapassando o total máximo mensal exportado através do antigo acordo de cereais mediado pela ONU.

⇒ A indústria de defesa russa mostra sinais claros de desaceleração, referiu Zelensky, no seu discurso noturno. Em contrapartida, as autoridades russas afirmam que a produção de equipamento militar foi intensificada. E há ainda notícia de um novo drone de ataque “explosivo”, desenvolvido pelo Irão para auxiliar a Rússia na guerra da Ucrânia. A revelação foi feita pela “Sky News”.

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