Guerra na Ucrânia

Defesa aérea russa mata dois dos seus paraquedistas em incidente de 'fogo amigo'

Defesa aérea russa mata dois dos seus paraquedistas em incidente de 'fogo amigo'
RONEN ZVULUN/Reuters

Incidente ocorreu quando um operador da arma antiaérea ZU-23-2 confundiu os exercícios no campo militar Kuzminsky, na região de Rostov, com uma situação real de pouso de paraquedistas ucranianos e começou a disparar contra as suas próprias tropas

A defesa área russa confundiu os seus próprios paraquedistas com militares ucranianos, durante um treino na região de Rostov, no sul da Rússia, e efetuou disparos, matando dois destes, noticiaram meios de comunicação social da região. O incidente ocorreu quando um operador da arma antiaérea ZU-23-2 confundiu os exercícios no campo militar Kuzminsky, na região de Rostov, com uma situação real de pouso de paraquedistas ucranianos e começou a disparar contra as suas próprias tropas, noticiou o jornal da oposição bielorrusso Nexta.

Já o portal Kiyv Post noticiou que situações de 'fogo amigo', ou seja, de fogo entre as próprias Forças Armadas não são inéditos entre os russos, citando declarações de Oleksandr Shtupun, porta-voz do grupo operacional-estratégico Tavria da Ucrânia, que referiu que o medo levou as tropas russas a "disparar contra tudo o que se move". "Tem havido mais incidentes de 'fogo amigo' ultimamente, envolvendo infantaria e 'drones'", realçou, em declarações à televisão nacional ucraniana.

No entanto, como a região de Rostov serve como área de retaguarda para a invasão da Rússia, o incidente pode significar que o medo e a falta de ânimo espalharam-se para além da linha da frente e para as bases russas, referiu ainda o Kiyv Post. A mesma fonte apontou a "má coordenação" como fator responsável pelos incidentes de 'fogo amigo', divulgando declarações de um soldado russo em novembro sobre a coordenação das suas Forças Armadas. O Kiyv Post publicou também imagens divulgadas nas redes sociais sobre alegados casos de 'fogo amigo' nas forças russas.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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