Guerra na Ucrânia

Rússia ataca Ucrânia com 90 drones; Kiev agradece a Madrid empenho na adesão à UE: um resumo do 677.º dia de guerra

A Rússia bombardeou, esta segunda-feira, o museu dedicado a Roman Shukhevych, um nacionalista ucraniano, nos arredores de Lviv
A Rússia bombardeou, esta segunda-feira, o museu dedicado a Roman Shukhevych, um nacionalista ucraniano, nos arredores de Lviv
Getty Images

A Rússia prometeu vingar o ataque ucraniano a Belgorod, que provocou 25 mortos e, esta segunda-feira, lançou um enxame de drones contra território ucraniano. A Ucrânia intercetou a esmagadora maioria, mas os destroços dos aparelhos fizeram estragos e provocaram um morto em terra. Volodymyr Zelensky agradeceu aproveitou o dia para contactos políticos, visando o reforço da capacidade militar do país e um objetivo maior: a adesão à União Europeia

Margarida Mota

Jornalista

O primeiro dia de 2024 confirmou a sensação de escalada no conflito evidenciada nos últimos dias de dezembro. Após Vladimir Putin ter prometido investir sobre alvos militares “sensíveis” na Ucrânia, na sequência de um “ataque terrorista” de Kiev à cidade de Belgorod, no sul da Rússia, que fez 25 mortos, esta segunda-feira, as forças leais a Moscovo lançaram 90 aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra território ucraniano.

A maioria dos drones usados, segundo o diário britânico “The Guardian”, foram de tipo Shahed, de fabrico iraniano. A Ucrânia disse que os seus sistemas de defesa antiaérea intercetaram 87 aparelhos e informou que um jovem de 15 anos foi morto e sete pessoas ficaram feridas pela queda de destroços de uma das aeronaves abatidas, na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro.

No fogo cruzado da guerra, também Moscovo culpou Kiev pela morte de quatro pessoas, na cidade de Donetsk (ocupada pelos russos), no leste da Ucrânia. Denis Pushilin, o chefe da região nomeado pela Rússia, acusou a Ucrânia de “bombardeamentos massivos por parte de múltiplos sistemas de lançamento de foguetes”.

Nos arredores de Lviv, no ocidente da Ucrânia, a ofensiva russa teve um alvo simbólico: um museu dedicado a Roman Shukhevych, um nacionalista ucraniano e comandante militar que lutou pela independência do país na II Guerra Mundial.

Zelensky investe na frente político-diplomática

O dia foi também aproveitado pelo Presidente da Ucrânia para contactos políticos:

Volodymyr Zelensky conversou ao telefone com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobre o apoio canadiano ao reforço do sistema de defesa aéreo da Ucrânia.

Na rede social X, o chefe de Estado ucraniano saudou o fim da presidência espanhola do Conselho de Ministro da União Europeia. “Estes seis meses foram cruciais para o futuro da Ucrânia e da UE. A presidência espanhola e Pedro Sánchez envidaram todos os esforços para aproximar o nosso objetivo comum: uma UE forte e unida, tendo a Ucrânia como parte integrante.” Na última cimeira de 2023, os líderes da UE aprovaram a abertura de negociações com a Ucrânia com vista à sua futura adesão à União.

Zelensky saudou o início da presidência belga da UE. “Esperamos trabalhar em conjunto para promover a adesão da Ucrânia à UE.” E também parabenizou a Itália que, este ano, assume a presidência do grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo (G7).

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