Guerra na Ucrânia

Mais um pacote de sanções à Rússia aprovado por Bruxelas e outras notícias que marcaram o 663.º dia de guerra

Mais um pacote de sanções à Rússia aprovado por Bruxelas e outras notícias que marcaram o 663.º dia de guerra
FRANCOIS WALSCHAERTS

O 12.º pacote de sanções do Conselho da UE à Rússia é um “novo golpe para a capacidade de Putin para fazer a guerra”. Já dos EUA vêm sinais menos animadores: o Pentágono avisou que está a ficar sem dinheiro para substituir as armas enviadas a Kiev. Eis um resumo dos principais eventos que marcaram a guerra nesta segunda-feira

A guerra na Ucrânia prosseguiu esta segunda-feira no seu 663.º dia que ficou marcado por (mais) um forte sinal de apoio por parte da União Europeia. Os 27 Estados-membros aprovaram um novo pacote de sanções à Rússia — o 12.º desde o início do conflito.

Este novo pacote inclui a proibição, a partir de 1 janeiro de 2024, de importação, compra ou transferência direta ou indireta de “diamantes originários da Rússia, diamantes exportados da Rússia, diamantes em trânsito na Rússia e diamantes russos transformados em países terceiros”.

“Estas medidas constituem um novo golpe para a capacidade de Putin para fazer a guerra, uma vez que visam setores de elevado valor da economia russa e tornam mais difícil contornar as sanções da UE”, indicou a presidência espanhola da União em comunicado, em comunicado.

Os líderes da UE vão ainda reunir-se a 1 de fevereiro num Conselho Europeu extraordinário, com o objetivo de tentar alcançar um acordo sobre a reserva financeira de mais apoio a Kiev.

A informação foi avançada pelo presidente do Conselho Europeu em conferência de imprensa em Bruxelas. Charles Michel realçou que o aval à abertura de negociações formais de adesão da Ucrânia à UE, na cimeira da semana passada, obriga a “continuar a trabalhar para responder ao apoio financeiro que foi prometido”.

Sinais menos animadores vieram dos EUA: o Pentágono adiantou que ficará sem dinheiro, até 30 de dezembro, para substituir as armas enviadas à Ucrânia, a menos que o Congresso norte-americano aprove um novo financiamento.

O Departamento de Defesa dos EUA está a gastar os seus últimos 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros) para reabastecer os stocks militares das Forças Armadas norte-americanas e que têm estado a fluir para a Ucrânia, informou Michael McCord, responsável pelo orçamento do Pentágono.

“Já fomos forçados a abrandar a reposição das nossas próprias armas para nos protegermos contra um futuro de financiamento incerto”, realçou, numa carta enviada ao Congresso.

Mais notícias que marcaram o dia

⇒ O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas declarou que o Exército russo perdeu 44 carros de combate, 38 sistemas de artilharia e 60 veículos blindados no campo de batalha de Avdivka, no domingo. A Rússia também sofreu 1090 baixas neste novo dia de hostilidades e, de acordo com as estimativas do Exército ucraniano, sofreu mais de 347.000 desde o início da guerra. Não foi possível confirmar estas informações de forma independente.

⇒ As Forças Armadas ucranianas alertaram que a Rússia tem drones suficientes para continuar a atacar todos os dias em várias direções, apesar da imposição de sanções pelos parceiros de Kiev. O aviso foi feito pelo porta-voz da Força Aérea, Yuri Ignat, que explicou a importância do contra-ataque através de armas ocidentais, muito mais modernas do que as herdadas dos tempos soviéticos.

⇒ A Comissão Europeia disponibilizou 65 milhões de euros do fundo para a migração e asilo para apoiar quatro Estados-membros que acolhem refugiados ucranianos que fogem da guerra. A Bulgária, a Polónia, a República Checa e a Roménia poderão utilizar a verba para ajudar os beneficiários de proteção temporária.

⇒ O chefe do Exército ucraniano, Valerii Zaluzhnyi, defendeu o regresso ao antigo modelo de recrutamento militar e lamentou que os antigos responsáveis por este departamento tenham sido dispensados por decisão do Presidente Volodymyr Zelensky. Numa entrevista à publicação ucraniana RBK, Zaluzhnyi afirmou que “não é necessário” intensificar a mobilização, “mas sim regressar ao modelo que funcionava anteriormente”. É a segunda vez em menos de dois meses que Zelensky e Zaluzhnyi mostram divergências em público.

⇒ Um grupo de famílias de soldados russos mobilizados na Ucrânia apelou ao regresso dos seus familiares, exigindo a Vladimir Putin que acabe com a guerra. Os membros do canal de Telegram “Caminho para Casa”, composto maioritariamente pelas esposas e mães dos soldados mobilizados, acusaram Putin de “levar as pessoas ao limite”, exigindo o fim do que o Kremlin insiste em chamar de “operação militar especial”.

⇒ A Dinamarca vai comprar à Suécia veículos de combate CV 90 ou Stridsfordon 90, no valor de 1,8 mil milhões de coroas dinamarquesas (241 milhões de euros), para entregar à Ucrânia, informaram os governos sueco e dinamarquês. Numa conferência de imprensa em Copenhaga, o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, anunciou que os veículos serão doados à Ucrânia.

⇒ A Finlândia assinou um acordo para reforçar a cooperação militar com os Estados Unidos, um dia depois de o Presidente russo ter anunciado um reforço militar em resposta à adesão à NATO do país escandinavo. O acordo – que formaliza laços mais estreitos entre Washington e Helsínquia – foi saudado pelo ministro da Defesa finlandês como “um forte sinal do compromisso dos EUA na defesa da Finlândia e de toda a Europa do Norte”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate