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Guerra na Ucrânia

O inverno está a chegar e “normalmente beneficia quem defende”: só a chegada dos F-16 poderá quebrar o “impasse” na Ucrânia

O inverno está a chegar e “normalmente beneficia quem defende”: só a chegada dos F-16 poderá quebrar o “impasse” na Ucrânia
Anadolu Agency

Forças russas e ucranianas preparam-se para a estação do ano que dificulta os combates e promove a vertente aérea: espera-se a Ucrânia a defender no leste e a Rússia a fazê-lo no sul. Do lado de Moscovo prevê-se ainda uma repetição da aposta do ano passado, com o ataque a infraestruturas críticas, mas a Ucrânia está mais preparada para o enfrentar. A possível chegada dos F-16, no início de 2024, é o factor que poderá causar alguma surpresa no conflito, apontam os dois especialistas ouvidos pelo Expresso

As temperaturas começaram a baixar e o inverno chega em pouco mais de um mês. As forças ucranianas e russas estão a preparar-se para a estação que traz dificuldades adicionais no campo de batalha, tanto para os combatentes como ao nível do equipamento. E antecipa-se a adoção pela Rússia de uma estratégia semelhante à do ano anterior: o ataque a infraestruturas críticas da Ucrânia, nomeadamente energéticas.

“A Federação Russa está a preparar-se para nos prejudicar quando as temperaturas de inverno chegarem. Vão tentar atacar as nossas infraestruturas críticas, que asseguram as atividades diárias”, disse nesta quinta-feira o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksii Danilov, garantindo que a maior parte está “sob controlo” e que o país está a preparar-se para o que aí vem. Ainda no início de outubro, o líder da operadora nacional Ukrenergo, Volodymyr Kudrytskyi, destacou que “o terror russo já não será uma surpresa e todos se estão a preparar para ele”.

Para os especialistas ouvidos pelo Expresso, a diferença, face ao ano passado, é precisamente a maior preparação ucraniana para enfrentar a situação. “Tudo indica que a Rússia possa tentar uma campanha em tudo semelhante, procurando castigar as populações e desmoralizá-las”, antevê Isidro Pereira. Mas a Ucrânia está “mais capaz” devido ao fornecimento de mais sistemas de defesa antiaérea, nomeadamente IRIS-T, Avenger e Patriot. “A malha da defesa antiaérea ucraniana melhorou significativamente”, aponta o major-general. Tal pode não ser suficiente para defender todas as infraestruturas energéticas, mas é certo que o país tem agora “mais capacidade de se defender e também já tem capacidade para retaliar”.

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