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Guerra na Ucrânia

Suspensão temporária do Starlink pode ter resultado na morte de mais civis ucranianos: "Musk tornou-se participante desta guerra"

Os mais de 42 mil terminais Starlink também são utilizados por hospitais, empresas e organizações humanitárias em toda a Ucrânia
Os mais de 42 mil terminais Starlink também são utilizados por hospitais, empresas e organizações humanitárias em toda a Ucrânia
YASUYOSHI CHIBA

Elon Musk acedeu inicialmente a fornecer o hardware Starlink para utilização na Ucrânia, depois de a ação das tropas russas ter levado à suspensão das comunicações ucranianas, mas o empresário norte-americano terá mudado de ideias depois de Kiev ter conseguido repelir o ataque russo inicial e ter começado a contra-atacar. Uma biografia do multimilionário também detentor da rede social “X” expõe que Musk suspendeu o serviço do Starlink com receio de que as tropas ucranianas atacassem a frota naval russa perto da Crimeia. Mas a revelação pôs a descoberto o poder de Musk, um multimilionário dos EUA que tem vindo a defender a visão russa da guerra. Que implicações tem o seu protagonismo nesta guerra?

Terá sido o próprio a admiti-lo: Elon Musk ordenou que a sua rede de comunicações por satélite Starlink fosse desligada perto da costa da Crimeia, em 2022, para impedir um ataque com drones ucranianos à frota russa no Mar Negro. De acordo com a CNN, que cita a biografia redigida pelo historiador Walter Isaacson, dias antes de a obra ser publicada, o multimilionário Musk determinou a suspensão do serviço do Starlink ao redor da península da Crimeia, temendo que Vladimir Putin respondesse com armas nucleares a um ataque ucraniano àquele território ocupado pela Rússia. Se a obra veicula que Elon Musk ordenou secretamente que os seus engenheiros desligassem a rede de comunicações por satélite Starlink perto da costa da Crimeia no ano passado para interromper um ataque furtivo ucraniano à frota naval russa, Musk, por outro lado, afirma que o serviço Starlink fornecido pela empresa SpaceX nunca esteve ativo na Crimeia e que o Governo ucraniano fez um “pedido de emergência" para que fosse ativado, ao qual Musk não atendeu. Segundo o biógrafo de Musk, não só o empresário terá dito que a Ucrânia estava “a ir longe demais” ao insistir numa “derrota estratégica” infligida contra o Kremlin, como terá mesmo questionado: “Como é que eu vim parar a esta guerra? O Starlink não foi concebido para o envolvimento em guerras, mas sim para que as pessoas pudessem assistir à Netflix e relaxar, ir à escola e fazer coisas boas e inócuas, não ataques de drones."

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