Guerra na Ucrânia

Wagner Group está a recrutar combatentes em 42 cidades russas para suprir baixas em Bakhmut

Artilharia ucraniana perto de Bakhmut
Artilharia ucraniana perto de Bakhmut
ARIS MESSINIS/AFP via Getty Images

A batalha por Bakhmut está transformada numa zona de morte e os russos tentam impedir que os ucranianos lancem a contra-ofensiva que estão a preparar

Há 42 centros de recrutamento abertos pelo Wagner Group na Rússia para fazer frente às pesadas baixas na batalha por Bakhmut. Quem o revelou numa comunicação de rádio foi Yevgeny Prighozin, o líder da organização de mercenários.

As baixas sofridas na tomada da cidade ucraniana de Bakhmut devem-se à tática descrita na Al-Jazeera: as tropas ucranianas livraram-se lentamente das suas defesas mais precárias em Bakhmut ao longo da última semana de fevereiro e a primeira de março, porém não entregaram a cidade do leste do país às forças russas.

“A tática da Ucrânia pode ter limitado as suas perdas ao mesmo tempo que continuou a sugar as forças russas para a que é agora a batalha mais renhida da guerra”, afirmou Yevgeny Prighozin.

Na mesma comunicação, Prighozin afirmou haver novos combatentes a chegar, sem dar indicação dos números de homens envolvidos, e referiu que o fornecimento de munições do exército russo tinha melhorado, contudo continuava a ser uma preocupação.

Moral ucraniana é visível em Bakmut
ARIS MESSINIS/AFP via Getty Images

Zona de morte

Ao tornar-se uma “zona de matança” Bakhmut é um grande desafio para os mercenários do Wagner Group, que tentam tomar a cidade pelo lado ocidental, declarou o Ministério da Defesa do Reino Unido.

As informações mais recentes reveladas por aquele ministério revelam que, ao longo dos últimos quatro dias, o Wagner Group tomou o controlo da maior parte da Bakhmut oriental ao mesmo tempo que as forças ucranianas aguentavam o lado ocidental, tendo destruído pontes fundamentais sobre o rio Bakhmutka, o qual “marca agora a linha da frente”.

O documento continua: “Com as unidades ucranianas capazes de disparar a partir de edifícios fortificados, esta área tornou-se uma zona de morte, tornando-a um desafio para as forças Wagner, que tentam continuar o assalto frontal em direção a ocidente”. No entanto, prossegue o comunicado, as forças ucranianas e as suas linhas de fornecimento a ocidente continuam vulneráveis às tentativas continuadas dos russos de atacar os defensores pelo norte e pelo sul.


“Triturador de carne”

“Apesar da colossal resistência das forças armadas ucranianas, nós vamos em frente”, afirmou Prighozin. “Apesar das dificuldades que nos são colocadas a todo o momento, vamos vencer isto juntos!”, concluiu.

Os mercenários do Wagner Group têm estado na frente de algumas das mais ferozes batalhas na tentativa russa de tomar Bakhmut, cidade onde o exército ucraniano se aguenta ao fim de mais de sete meses de luta, “uma campanha sangrenta a que Prighozin chama ‘triturador de carne’”.

“Claro que estamos a fazer tudo o que é possível para impedir” que os ucranianos lancem a contra ofensiva que estão a preparar, disse ainda Prighozin.


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