O quartel-general do batalhão Dzhokhar Dudayev fica numa zona de escritórios, armazéns e garagens de arranjo de automóveis. O prédio, com uma placa à porta onde se lê “o sítio onde vocês gostariam de trabalhar”, é só mais um caixote de betão indistinguível de tantos outros nos arredores de Kiev. Na cave, os chechenos que lutam ao lado dos ucranianos contra o exército russo reabastecem-se, limpam metralhadoras, analisam mapas. Descansam da batalha de Bakhmut, onde estiveram mais de três meses.
Há beliches, comida, uma bandeira da Ucrânia pendurada ao lado da bandeira da República Chechena da Ichkeria, que tem o seu governo no exílio, e que declarou independência da URSS em 1991, pagando pela audácia em sequestros, violações, assassinatos, desaparecimentos de milhares de chechenos. Há uma razão pela qual hoje poucos conseguem distinguir as fotografias de Mariupol das de Grozny, as de Grozny das de Alepo, as de Alepo das de Bakhmut. Há poucas armas tão fortes quanto um rancor comum. Há um desejo irmanado de libertação.
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