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Guerra na Ucrânia

“A alma deste país mudou para sempre em apenas um ano”: reportagem numa noite de poesia no centro de Kiev

“A alma deste país mudou para sempre em apenas um ano”: reportagem numa noite de poesia no centro de Kiev
Ana Baiao

A vida não é bem normal, não pode ser normal, pode ter essa aparência - e tem. Na capital da Ucrânia, os bares, restaurantes, cafés, quiosques de café e milho quente não se podem queixar de fraca afluência. A noite voltou, a luz e o aquecimento não têm cortes há várias semanas, casais caminham de braço dado e raparigas de gorros felpudos tiram fotografias nas ruas brancas da neve. Aqui encontra-se tudo, menos vontade de sair da cidade

Hoje a noite pertence a Marina. O bar e galeria de arte Modi - o nome vem do pintor e escultor italiano Amedeo Modigliani - está com casa cheia para uma leitura de poesia, aberta a todos os que tenham a coragem de derramar a alma ao microfone, mas a estrela é Marina Tseluiko, 40 anos, mãe, poetisa, pasteleira antes da guerra e cozinheira do batalhão Azov durante quatro meses de guerra. “Já sei que vão perguntar se são fascistas, não são fascistas, são iguais aos outros homens corajosos que defendem a Ucrânia”.

A sala irrompe em aplausos como já tinha acontecido uma hora antes quando o dono do bar, Dmitry Vityk, nos tinha anunciado como representantes da imprensa de um país que informara o envio de quatro Leopards para a Ucrânia uma hora antes.

Kiev, 17h, dois graus abaixo de zero. Já é noite e estão centenas de pessoas na rua: rappers com os seus microfones ligados a enormes amplificadores improvisam rimas e uma rapariga que à primeira vista parece abanar-se ao ritmo delas. Afinal está com auscultadores sem fios nos ouvidos - dança na sua discoteca privada que fica no meio da rua.

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