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Guerra na Ucrânia

"O Estado tornou-se mafioso assim que pessoas próximas de Putin chegaram ao poder": entrevista ao oligarca que renunciou à cidadania russa

“Putin é alguém que bebe champagne e sorri enquanto diz que está a matar pessoas na Ucrânia"
“Putin é alguém que bebe champagne e sorri enquanto diz que está a matar pessoas na Ucrânia"
MIKHAIL METZEL

Leonid Nevzlin tem uma história para contar cujo antagonista é ninguém menos do que Vladimir Putin. Emigrado desde 2003, o oligarca russo que já assumiu altos cargos na administração pública e privada da Rússia tem palavras duras para descrever a situação no seu país de origem. Nesta entrevista com o Expresso, revela por que fazer a Ucrânia vencer se tornou a sua missão de vida

O documento de identificação de Leonid Nevzlin tem ainda o rasto de um passado que não consegue apagar. A origem russa mistura-se com a cidadania israelita que decidiu adotar. Formalmente, é um cidadão russo, um oligarca que há quase 20 anos rumou a Israel para não mais voltar a Moscovo. O início da guerra, a 24 de fevereiro, catapultou a oposição a Putin para um nível ainda mais desconfortável e potenciou uma nova missão de vida: ajudar Kiev a bater Moscovo. Exilado em Israel desde 2003, Leonid Nevzlin fala ao Expresso da campanha de perseguição “politicamente motivada” de que foi alvo por parte das autoridades russas.

Juntamente com Mikhail B. Khodorkovsky, que foi preso, acusado de fraude, de peculato e lavagem de dinheiro, Nevzlin era proprietário da Yukos, empresa petrolífera a que o Kremlin queria colocar as mãos. Em 2014, o Tribunal de Haia decidiu por unanimidade que as autoridades russas haviam conduzido uma "campanha implacável para destruir a Yukos, apropriar-se dos seus ativos e afastar o senhor [Mikhail] Khodorkovsky como oponente político". O leilão forçado de partes essenciais da empresa, através de um processo de falência altamente controverso, não tinha sido “motivado pela devida cobrança de impostos, mas pelo desejo do Estado de adquirir o ativo mais valioso da Yukos”. Em suma, tinha sido, segundo o tribunal penal internacional permanente, uma “expropriação tortuosa e calculada”. Quase 20 anos depois, Leonid Nevzlin explica, nesta entrevista com o Expresso, por que razão compreende os passos (e os crimes) do Kremlin, tomando-o à imagem e semelhança de uma rede da máfia, e diagnostica os problemas estruturais da Rússia. O oligarca russo que pretende não o ser também esclarece os motivos que o levam a desejar que Moscovo termine a guerra completamente dependente do Ocidente.

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