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Guerra na Ucrânia

“Uma revolução na forma de combater uma guerra”: como a Ucrânia usa o algoritmo no terreno e a Rússia “está cinco anos atrás”

Unidade de sistemas de informação aérea em Bakhmut
Unidade de sistemas de informação aérea em Bakhmut
Laurent Van Der Stockt

Métodos antigos a par de tecnologias novas, muito precisas e apuradas na arte do “engano”. A guerra na Ucrânia é um laboratório que possibilitou a ascensão do país invadido enquanto potência da tecnologia. Mas que impacto têm os novos sistemas no terreno? Peter Layton, analista do Royal United Services Institute, esclarece: não é fator determinante da vitória da Ucrânia, mas da sua vantagem. A estratégia decidirá a guerra

A inovação tecnológica tem, na guerra na Ucrânia, um papel de destaque. A precisão com que os alvos são atacados decorre do aperfeiçoamento da tecnologia norte-americana, mas também do material e ‘expertise’ da Ucrânia, que pode vir a emergir do conflito enquanto potência tecnológica. Peter Layton, investigador das áreas de estratégia, políticas de segurança nacional, estrutura de força de defesa e impactos da tecnologia emergente, explica, nesta entrevista ao Expresso, como a Ucrânia aprimorou os sistemas civis e de guerra para usar no campo de batalha e garante que a Rússia ficou para trás. O analista, do Royal United Services Institute, no Reino Unido, fala mesmo de uma “revolução” na forma de combater uma guerra.

No campo de batalha na Ucrânia temos testemunhado como as guerras serão travadas nos próximos anos? O que há de revolucionário nesta guerra?
A guerra na Ucrânia é a primeira grande guerra entre grandes Estados desde a Guerra do Iraque, de 1991. Não é uma “nova” guerra, mas usa uma combinação de velhas e novas formas de guerra. É uma guerra que está a ser travada com algumas tecnologias e doutrinas militares antigas da Guerra Fria, e algumas tecnologias modernas e novas doutrinas militares.

“O campo de batalha moderno foi digitalizado com o recurso a tecnologias civis e de consumo, como Wi-Fi, smartphones, plataformas de software, armazenamento de dados na nuvem e inteligência artificial.”

É uma revolução na forma de combater, no sentido de reunir uma gama de tecnologias que de certa forma permite, em primeiro lugar, ver onde estão os alvos e, em segundo lugar, atingir esses alvos com precisão. Esta revolução é, em parte, o resultado dos últimos 40 anos de tecnologia militar de sistemas de vigilância de campo de batalha e de armas guiadas de precisão. No entanto, é também em parte resultado da aplicação de tecnologia civil moderna. O campo de batalha moderno foi digitalizado com o recurso a tecnologias civis e de consumo, como wi-fi, smartphones, plataformas de software, armazenamento de dados na nuvem e inteligência artificial.

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