Guerra na Ucrânia

Milhares de russos protestaram contra a mobilização parcial e centenas foram detidos. Eis as imagens de um país em ebulição

Milhares de russos protestaram contra a mobilização parcial e centenas foram detidos. Eis as imagens de um país em ebulição
ALEXANDER NEMENOV / Getty Images

De Moscovo até Kaliningrado, o povo russo saiu à rua em 38 cidades para protestar contra a “mobilização parcial” de 300 mil reservistas anunciada esta quarta-feira por Putin. Mais de mil manifestantes foram detidos pelas autoridades

O discurso que Vladimir Putin fez esta quarta-feira à nação — o primeiro desde o início da invasão da Ucrânia — serviu essencialmente para anunciar a “mobilização parcial” de 300 mil reservistas para a linha da frente e para deixar o sério aviso ao Ocidente — que culpa pelo “genocídio do povo ucraniano” — de que usará “todos os meios” para defender a existência da Rússia.

“O nosso país também tem meios de ataque, mais modernos do que a NATO. Se a defesa da Rússia estiver em perigo utilizaremos todos os meios ao nosso alcance para resolver o problema. Podem ficar descansados”, assegurou Putin, que terminou o discurso com um apelo aos cidadãos russos: “Confio no vosso apoio”. No entanto, o seu povo parece tudo menos descansado e as manifestações não são de apoio mas de protesto.

Em várias cidades russas, milhares de populares saíram às ruas de 38 cidades, gritando “Não à guerra”, o que levou à detenção de mais de mil pessoas, que se juntam aos mais de 16 mil manifestantes que foram detidos desde 24 de fevereiro, aquando do início da “operação militar especial” na Ucrânia.

O ministério público de Moscovo advertiu que punirá com até 15 anos de prisão a organização e participação em ações ilegais.

Esta quarta-feira foram detidas 136 pessoas em Moscovo, 160 em São Petersburgo, 45 em Yekaterinburg, 40 em Voronezh, 30 em Krasnoyarsk, 22 em Perm, 20 em Tver e quatro em Ulan-Ude, de acordo com o site de notícias “Meduza”.

As manifestações contra a mobilização parcial ordenada por Putin foram convocadas através das redes sociais, exortando a que os cidadãos saíssem à rua e se fizessem ouvir nos centros de várias cidades russas.

A polícia de choque foi chamada a intervir para fazer dispersar os manifestantes, efetuando detenções arbitrárias, como mostram estas imagens captadas em Moscovo.

A onda de protestos alastrou até ao exclave de Kaliningrado, onde a detenção dos manifestantes foi registada em imagens que estão a circular nas redes sociais.

Fora do território russo, os protestos também se fizeram ouvir, com cidadãos russos, ucranianos e sérvios reunidos em Belgrado, insurgindo-se contra a guerra na Ucrânia e contra a mobilização de 300 mil reservistas.

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