Guerra na Ucrânia

O perigo do nuclear na Ucrânia: Zaporíjia é “muitas Chernobil juntas”

13 agosto 2022 8:15

Ana França

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Um militar russo patrulha uma zona envolvente à central nuclear de Zaporíjia, na cidade ucraniana de Enerhodar

andrey borodulin / afp / getty images

A central de Zaporíjia não está desativada como Chernobil em 1986. Armamento pesado “tem de ser retirado”

13 agosto 2022 8:15

Ana França

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Os morteiros que choveram no fim de semana passado sobre a central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e uma das maiores do mundo, fizeram regressar às nossas televisões o medo de um desastre nuclear devastador — não só para a Ucrânia e para os seus vizinhos como para todo o continente. “Não seria um segundo desastre como o da central de Chernobil, Zaporíjia é muitas Chernobil juntas”, avalia ao Expresso o major-general Arnaut Moreira. O militar diz não conseguir saber, com toda a certeza quem terá disparado os morteiros sobre uma zona tão sensível sem ter acesso a relatórios de entidades internacionais que até agora não tiveram autorização para visitar a central.

Quem teria mais a ganhar com essas ações? Moscovo, no entender de Arnaut Moreira. “A tomada de Zaporíjia serviria para que a Rússia pudesse abastecer de energia territórios ocupados e com um ataque de ‘falsa bandeira’, a Rússia pode argumentar que os ucranianos destruíram as próprias linhas de alta-tensão e agora vão ficar sem eletricidade, por culpa própria. Por outro lado, pode ter-se dado o caso de as forças ucranianas terem tentado atingir as forças russas estacionadas na margem sul do Dniepre terem acertado na central por engano”.