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Guerra na Ucrânia

Se bloqueio a Kaliningrado for visto como “ato de guerra”, há perigo de “uma III Guerra Mundial” ou de conflito “nuclear localizado”

Desfile militar realizado em 2020 na cidade de Kaliningrado para celebrar o Dia da Vitória
Desfile militar realizado em 2020 na cidade de Kaliningrado para celebrar o Dia da Vitória
Handout / Getty Images

Mesmo antes da guerra na Ucrânia começar, a Rússia instalou no território “mísseis hipersónicos Kinzhal, que podem atingir alvos até 2400 quilómetros de distância” e “destruir o sistema antimíssil norte-americano situado na Polónia ou atacar qualquer país europeu, com exceção de Portugal e Espanha”, explica Sandra Fernandes, especialista em Relações Internacionais ouvida pelo Expresso

Um exclave russo na Europa ou um pedaço da Alemanha na Rússia: assim se pode olhar, destas duas formas, para Kaliningrado, região onde habitam aproximadamente um milhão de pessoas, cercada a norte e a leste pela Lituânia, e a sul pela Polónia, com saída apenas para o Mar Báltico. É, acima de tudo, uma ponta de lança que Putin segura no coração do ‘Velho Continente’, com capacidade para atingir em poucos minutos países da UE e da NATO — e este território com 15 mil km² (cerca de metade da área do Alentejo) saltou no fim de semana passado para o topo da atualidade, com a Lituânia a impor um bloqueio parcial à entrada de determinadas mercadorias, no âmbito das sanções aplicadas pela UE a Moscovo.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, adverte que “se o trânsito de mercadorias entre Kaliningrado e o resto da Federação Russa através da Lituânia não for totalmente restabelecido em breve, então a Rússia está no direito de tomar medidas em defesa dos seus interesses nacionais”. As palavras de Lavrov são sempre uma “dramaturgia”, como diz Sandra Fernandes, especialista em Relações Internacionais ouvida pelo Expresso. O principal risco da atual crise, adverte, “está na possibilidade de os russos interpretarem esta medida como um ato de guerra”.

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