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Guerra na Ucrânia

Professores da Faculdade de Direito arrasam teses de ex-espião pró-russo sobre a "guerra" na Ucrânia

Alexandre Guerreiro num dos seus comentários na SIC-Notícias, onde argumenta a favor da Rússia
Alexandre Guerreiro num dos seus comentários na SIC-Notícias, onde argumenta a favor da Rússia

Alexandre Guerreiro, o polémico comentador televisivo com opiniões pró-russas, participou numa conferência na Faculdade de Direito de Lisboa, em que dois professores da casa e Nuno Rogeiro abateram as alegações do ex-funcionário do Serviço de Informações Estratégicos de Defesa. O jurista, que defende a legalidade da anexação da Crimeia, acha que a invasão russa é "ilícita", mas admite que por "costume" se esteja a formar no Direito internacional a admissibilidade da "defesa preventiva" invocada por Moscovo

Professores da Faculdade de Direito arrasam teses de ex-espião pró-russo sobre a "guerra" na Ucrânia

Vítor Matos

Jornalista

As teses de Alexandre Guerreiro, antigo analista dos serviços de informações - que tem apresentado visões pró-russas nos comentários televisivos -, foram rebatidas esta terça-feira pelos especialistas participantes na conferência sobre "A Ordem Internacional em Mutação : A Guerra na Ucrânia", organizada pela Faculdade de Direito de Lisboa. Doutorado há um ano naquela faculdade com uma tese que defende a legalidade da anexação da Crimeia pela Rússia, viu as suas visões arrasadas pelo também comentador e jurista Nuno Rogeiro, foi acusado de "abordagem instrumental" pelo professor Luís Pereira Coutinho e criticado pelo professor Fernando Loureiro Bastos, especialista em Direito internacional, ao dizer que quem não perceber que a ação russa é uma "agressão" não pode dizer-se "internacionalista". Alexandre Guerreiro nunca classificou a ação da Rússia como uma "agressão".

De resto, o ex-espião e funcionário da JurisApp (serviço na dependência da Presidência do Conselho de Ministros) explicou porque é que tem "reservas em chamar guerra" à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Citou um conjunto de autores para sustentar este ponto de vista e baseou-se na forma como os Estados Unidos classificaram uma série de "operações" sem ser como "guerra" e concluiu: "É difícil dizermos que estamos perante uma guerra, sendo que estamos perante um conflito armado, a que se aplicam as leis internacionais.”

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