O oligarca russo Roman Abramovich sofreu sintomas de envenenamento depois de ter participado numa ronda de negociações de paz em Kiev, capital ucraniana, no dia 3 de março.
A informação foi avançada esta tarde pelo "Wall Street Journal", que cita fontes familiarizadas com o assunto. Entretanto, um porta-voz de Roman Abramovich confirmou à BBC que o oligarca russo com nacionalidade portuguesa é suspeito de ter sido envenenado, sem adiantar mais detalhes.
No entanto, as alegações de envenenamento foram rejeitadas pelo conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podoliak: são "especulação" e todos os negociadores ucranianos "estão a trabalhar como habitualmente", diz, citado pelo jornal "The Kyiv Independent".
Além de Abramovich, os sintomas de envenenamento foram supostamente sentidos por, pelo menos, dois negociadores de paz ucranianos. O grupo de jornalismo de investigação Bellingcat confirmou, entretanto, que "três membros da delegação ucraniana que participaram nas conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia, na noite de 3 para 4 de março de 2022, sentiram sintomas consistentes com envenenamento por agentes químicos. Uma das vítimas foi o empresário russo Roman Abramovich", lê-se numa publicação no Twitter.
Ainda de acordo com o Bellingcat, os peritos concluíram, com base em exames, que os sintomas relatados pelos negociadores ucranianos são "muito provavelmente o resultado de envenenamento internacional com um agente químico indefinido".
Tanto a dosagem como o tipo de toxina utilizada foram "provavelmente insuficientes para causar danos permanentes", pelo que o objetivo mais provável foi "assustar as vítimas", segundo os mesmos especialistas citados pelo grupo de investigação.
Olhos vermelhos, lacrimejamento constante e doloroso, descamação da pele do rosto e das mãos são alguns dos sintomas relatados. O oligarca russo chegou a "perder a visão durante várias horas", tendo sido tratado na Turquia, de acordo com o jornalista do "The Guardian", Shaun Walker.
Após a reunião em Kiev no início de março, Abramovich, dono do Chelsea, viajou entre Moscovo, Lviv e outros locais onde decorreram as negociações de paz entre Ucrânia e Rússia.
O Kremlin (governo russo) ainda não se manifestou publicamente sobre as alegações de envenenamento por agentes químicos aos negociadores ucranianos.
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