A coligação independentista basca, herdeira do Batasuna (antigo braço político da ETA), mudou de estratégia desde que o grupo terrorista se dissolveu. Tornada apoio fundamental do Governo espanhol, disputa a hegemonia regional ao Partido Nacionalista Basco. Ao mesmo tempo, os pactos com os socialistas motivam críticas da direita ao primeiro-ministro Pedro Sánchez
Euskal Herria Bildu (Unir o País Basco, esquerda independentista) é nome que não deixa ninguém indiferente em Espanha. A genealogia política desta frente de forças independentistas bascas suscita comentários contraditórios, de uma frutaria em Múrcia a uma taberna de Madrid, de um supermercado de Valência a grandes armazéns de Salamanca. A força política que uma quantidade considerável de cidadãos considerada herdeira da ETA, encobridora de assassinos e antiespanhola, viu-se defendida por José Luis Rodríguez Zapatero.
Numa longa entrevista, em junho, o antigo primeiro-ministro socialista (2004-11) desmentiu a ideia de que o grupo terrorista ainda exista, ameaçando a democracia espanhola em busca dos objetivos por que assassinou mais de 900 pessoas em seis décadas de atividade armada. “A ETA foi derrotada e o Bildu é hoje um partido que cumpre todos os requisitos democráticos. É uma verdade histórica e um facto objetivo. Que a presidente da Comunidade de Madrid diga que a ETA está viva causa-me tristeza, porque é esquecer quão terrível foi o terrorismo”, afirmou Zapatero, atacando Isabel Díaz Ayuso, do Partido Popular (PP, centro-direita).
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