Europa

Opositor russo Navalny espera pena "estaliniana" em julgamento por extremismo

Alexei Navalny, o principal opositor de Putin, durante uma das suas audiências em tribunal. Morreu na prisão de IK-2, uma prisão de alta segurança perto do Círculo Polar Ártico
Alexei Navalny, o principal opositor de Putin, durante uma das suas audiências em tribunal. Morreu na prisão de IK-2, uma prisão de alta segurança perto do Círculo Polar Ártico
EVGENIA NOVOZHENINA/REUTERS

Alexei Navalny, condenado em 2022 a nove anos de prisão por fraude num processo que classificou como vingança política, está a ser julgado à porta fechada desde junho no estabelecimento penitenciário IK-6 de Melekhovo

O opositor russo Alexei Navalny, já na prisão mas a ser julgado por "extremismo" num novo caso cujo veredicto deverá ser emitido na sexta-feira, afirmou hoje esperar que lhe seja infligida uma pena "longa, estaliniana".

"A fórmula para a calcular é simples: o que o procurador pediu, menos 10-15%. Eles (a acusação) pediram 20 anos, ser-me-ão dados 18 ou qualquer coisa semelhante", declarou Navalny numa mensagem divulgada na Internet pelos seus familiares.

"Isso não é muito importante, porque se segue o caso de terrorismo. Serão 10 anos ou mais", acrescentou o principal opositor ao Kremlin (Presidência russa), que se diz alvo de uma acusação de "terrorismo" num processo à parte, do qual são até agora conhecidos muito poucos pormenores.

Alexei Navalny, condenado em 2022 a nove anos de prisão por fraude num processo que classificou como vingança política, está a ser julgado à porta fechada desde junho no estabelecimento penitenciário IK-6 de Melekhovo, situado a 250 quilómetros a leste de Moscovo, onde se encontra a cumprir pena.

Ele é agora acusado de ter criado uma "organização extremista". O grupo que fundou, o Fundo Anticorrupção (FBK), já tinha sido encerrado pelas autoridades russas em 2021 por "extremismo".

No 18.º mês da sua guerra de agressão na Ucrânia, a Rússia está a ser palco de uma vaga de repressão inédita, e a quase totalidade dos opositores mais destacados foi enfiada na prisão ou forçada ao exílio. Milhares de cidadãos comuns estão também a ser perseguidos, em particular por terem condenado o conflito.

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