“De Beyoncé a Schwarzenegger: os famosos preferem Kamala Harris no meio da polarização dos Estados Unidos” é o título de uma notícia publicada este sábado no jornal espanhol “El País”, a contabilizar as preferências políticas das celebridades norte-americanas para concluir que enquanto Kamala Harris tem ao seu lado nomes como os de Taylor Swift, Oprah Winfrey, Beyoncé ou Bruce Springsteen, Trump “tem muito menos apoios”.
Num país fraturado, onde a cultura e o desporto aparecem como exemplos raros de capacidade de união dos americanos, o jornal espanhol considera que a opinião das celebridades sobre os candidatos se tornou “especialmente importante”. E na contabilização de apoios nesta frente, “Kamala Harris sai vencedora”.
A corrida da candidata democrata pode ser curta, uma vez que só começou depois de Joe Biden renunciar sob pressão à sua candidatura, em julho último, mas foi desde o primeiro momento alicerçada no apoio expresso de nomes influentes da música, do cinema e da televisão.
“Na convenção democrata que a nomeou candidata, em agosto, veio acompanhada por estrelas como Eva Longoria, os músicos Pink e Stevie Wonder e a toda poderosa comunicadora Oprah Winfrey", sublinha o jornal.
Participar: “isso é democracia”
Os atores Kerry Washington e Tony Goldwyn, a conselheira política e o presidente dos EUA na série Scandal, de Shonda Rhimes, também estão ao lado de Kamala Harris. Porquê? Kerry Washington admite ser movida, de certa forma, por “algum egoísmo”, uma vez que “a ação e o ativismo são excelentes antidepressivos”. “Não levanto a voz por acreditar que nós, os atores, temos todas as respostas para os grandes problemas sociais. Mas enquanto norte-americana, creio que cada um de nós tem a responsabilidade de participar no processo. Isso é a democracia”, declarou ao jornal espanhol.
E estamos a falar de um país onde as relações entre a política e o mundo do espetáculo se têm multiplicado, desde logo nas eleições de Ronald Reagan como presidente dos EUA ou de Arnold Schwarzenegger como governador da Califórnia, ambos pelo Partido Republicano. Só que agora, Schwarzenegger já se juntou, também, ao grupo de apoiantes de Kamala Harris: “Para alguém como eu, que fala com pessoas de todo o mundo e que ainda acredita que a América é ‘uma cidade brilhante numa colina’, dizer que os EUA são o caixote do lixo do mundo é tão antipatriótico que me deixa furioso. Antes de ser republicano, serei sempre americano”.
“A política mete-me medo”, diz 50 Cent
E ao lado de Kamala Harris estão muitas outras vozes poderosas do mundo das artes, como por exemplo as referências da cultura pop: Taylor Swift e Beyoncé, que até cedeu à candidata democrata o direito da canção Freedom e apareceu ao seu lado num comício em Houston, no Texas, onde nasceu, “não como celebridade ou política, mas como mãe. Uma mãe que se preocupa profundamente com o mundo que os meus filhos, os nossos filhos, vão habitar”.
E há muitos outros nomes a engrossar os apoios de Hollywood a Kamala Harris, como George Clooney, Barbra Streisand, Katy Perry, Jamie Lee Curtis, Scarlett Johansson, Cardi B, Lizzo, Cher, Eminem, Anne Hathaway, Leonardo DiCaprio, Jennifer Aniston, Ben Stiller, Michael Keaton, David Duchovny, Sarah Jessica Parker, Stephen King, Mandy Patinkin, Billie Eilish, Sally Field, Mariska Hargitay, Neil Young, Octavia Spencer, Jason Bateman, Sigourney Weaver, Kathryn Hahn, Jeff Bridges, Will Ferrell ou Mariah Carey.
Já Trump tem ao seu lado, entre os apoios mais visíveis, o antigo pugilista Mike Tyson, Hulk Hogan (luta livre), atores como Kelsey Grammer, Dennis Quaid, Roseanne Barr e Russell Brand e os rappers Kid Rock e Azealia Banks. No caso de 50 Cent, depois de um comentário favorável a Trump que mais tarde apagou nas redes sociais, recusou o convite dos republicanos para atuar no comício de Madison Square Garden, Nova Iorque, a 27 de outubro. “A política mete-me medo”, declarou.
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