Na sua canção ‘False God’ ['Deus falso'], a Miss Americana enunciava, em 2019, uma rejeição subliminar a um sistema de crenças corrupto. “Eu sou a cidade de Nova Iorque/ Eu ainda faço isso por ti, querido/ Todos nos alertaram sobre momentos como este/ Dizem que o caminho é difícil e que se perde quando é liderado pela fé cega/ Mas podemos simplesmente escapar impunes/ Religião nos teus lábios/ Mesmo que sejas um Deus falso.” Pela data em que foi lançado o sucesso, conclui-se que é inexistente a sua relação com as eleições norte-americanas em que a artista pode mesmo ajudar a definir a vitória democrata. Mas há muito que lhe adivinham intenções, entre escassos sinais e parcas declarações.
Essa espera acabou: Taylor Swift anunciou que votará em Kamala Harris, no ato eleitoral de novembro. Mas que significado e que impacto tem este apoio oficial? Quando o tema é Swift, o alcance é difícil de calcular. “Taylor Swift possui todas as características que proporcionam um apoio bem-sucedido", refere, em declarações ao Expresso, David J. Jackson, investigador da Bowling Green State University (Ohio), e cuja pesquisa se centra na ligação entre o entretenimento e as preferências políticas dos jovens. ”Ela é amada por centenas de milhões de fãs e provavelmente veem-na como credível, porque formaram o que parece ser uma relação próxima com ela, através da sua presença, música e redes sociais."
“Os fãs de Swift, e o público, esperaram ansiosamente para ver se ela endossaria um dos candidatos, pelo que o seu anúncio oficial receberá muita atenção”, assegura Andrea Flynn, professora de marketing na Universidade de San Diego. “Qualquer coisa que ela diga ou faça recebe muita atenção. O endosso será emocionante para os apoiantes de Kamala Harris.”
Swift não é uma celebridade qualquer: os seus mais de 283 milhões de seguidores na rede social Instagram falam por si. Nas últimas horas, mais de nove milhões de pessoas “gostaram” da sua mensagem sobre uma vice-presidente que “luta pelos direitos e causas” que precisam de “um guerreiro para as defender”.
“Acho que ela é uma líder talentosa, e acredito que podemos realizar muito mais neste país se formos liderados pela calma, e não pelo caos”, escrevia a artista, na mesma publicação. Taylor referiu ainda a partilha de uma imagem gerada pela inteligência artificial e publicada pela campanha de Trump, para sugerir, falsamente, que Swift o apoiava.
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