Depois de assistir à entrevista de Kamala Harris e Tim Walz à CNN, na quinta-feira à noite, o comentador político norte-americano Donald Nieman emitiu a sua opinião. “Várias pessoas disseram que a sua incapacidade de ser mais específica sobre as suas iniciativas políticas foi um fracasso, mas eu discordo”, afirma, em declarações ao Expresso o professor da Universidade de Binghamton (em Nova Iorque) e autor de "The Path to Paralysis: How Our Politics Became Nasty, Dysfunctional, and a Threat to the Republic" ["O caminho para a paralisia: como a nossa política se tornou desagradável, disfuncional e uma ameaça à República"].
“O objetivo era permitir que o povo americano visse quem é Kamala Harris, como se comporta e como lida com questões difíceis.” A atual vice-presidente norte-americana é conhecida pelas suas perguntas acutilantes no momento certo, mas reconhecidamente menos hábil a responder quando questionada. Apesar de ter preferido não detalhar os seus planos políticos, em temas como a imigração e a energia, os analistas políticos viram-na, ao contrário do que já aconteceu no passado (inclusive numa entrevista à NBC News, em 2021), mais segura. E nem o facto de ter ido acompanhada pelo seu número dois e candidato a vice a eclipsou.
Tim Walz mostrou que não estava ali para descredibilizá-la. “Não estava a responder a perguntas em seu nome, a interrompê-la ou a agir como um isco em momentos difíceis”, nota, em declarações ao Expresso, Emma Long, professora de história e política norte-americana na Universidade de East Anglia, no Reino Unido. “Walz teve a oportunidade de responder a algumas perguntas sobre coisas que disse no passado, o que foi importante para a campanha, mas, de resto, a maior parte da entrevista focou-se em Harris. Se ela se tivesse saído mal, a entrevista teria fracassado; ela não se saiu mal, e assim a campanha passa à fase seguinte.”
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