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Eleições americanas 2024

Democratas entronizam Kamala, mas o entusiasmo ainda arrefece com Gaza, economia e imigração

A Convenção Nacional Democrata realiza-se este ano em Chicago, no Illinois
A Convenção Nacional Democrata realiza-se este ano em Chicago, no Illinois
Chip Somodevilla/Getty Images

Os preços dos bens de consumo e o aumento da imigração ilegal através da fronteira com o México são dois dos temas mais importantes para o eleitorado norte-americano, que continua cético em relação às propostas da vice-presidente. Sobre o apoio dos EUA a Israel, a campanha de Harris tem procurado trabalhar com ambos os grupos, mas nenhum tem ficado propriamente satisfeito com as respostas

Democratas entronizam Kamala, mas o entusiasmo ainda arrefece com Gaza, economia e imigração

Hélio Carvalho

Jornalista

No teto do United Center em Chicago, milhares de balões estão a ser preparados para cair sobre uma multidão em êxtase, quando Kamala Harris for oficialmente nomeada candidata pela Convenção Nacional Democrata às presidenciais norte-americanas na quinta-feira, com Tim Walz ao seu lado. A disposição dos democratas nas últimas semanas tem sido surpreendentemente positiva: após a desistência de Joe Biden da corrida, a campanha de Harris apostou numa mensagem de entusiasmo e esperança, os memes deram um ‘boost’ à candidatura e, em poucas semanas, a vice-presidente dos Estados Unidos passou de alternativa desconhecida e impopular, a estrela nas redes sociais e aposta inquestionável de um partido unido.

Contudo, se é verdade que muitas eleições norte-americanas são ganhas no centro, não há garantias na corrida à Casa Branca, nem portas adentro.

Internamente, no Partido Democrata ainda existe uma considerável dose de hesitação em torno de Harris, um escrutínio que muitos progressistas acreditam ser justificado (mesmo que não esteja em cima da mesa votar em Donald Trump). Segundo o New York Times, quando a Convenção Democrata começar esta semana, são esperados vários protestos contra a Administração Biden e a candidata, devido ao apoio dos Estados Unidos a Israel e à sua ofensiva na Faixa de Gaza, e nos territórios palestinianos ocupados.

Kamala Harris tem-se mostrado mais empática com o povo palestiniano ao longo dos últimos dez meses, defendendo um cessar-fogo em março, muito antes de Joe Biden - que até admitiu ser sionista. Em julho, após um encontro com o primeiro-ministro israeltia Benjamin Netanyahu, a vice-presidente declarou que acredita na solução de dois Estados, que garanta que os palestinianos “possam exercer o seu direito à liberdade, dignidade e autodeterminação”.

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