Eleições americanas 2024

Democratas e republicanos trocam acusações, Harris aguarda apoio de Obama: o dia de campanha nos EUA

Apoiantes de Kamala Harris da Federação Americana de Professores, em Houston, no Texas
Apoiantes de Kamala Harris da Federação Americana de Professores, em Houston, no Texas
BRENDAN SMIALOWSKI

Para Donald Trump, a desistência de Joe Biden das presidenciais de novembro foi um “golpe de estado” do Partido Democrata. Já Kamala Harris critica a “agenda retrógrada” do candidato republicano e respetivos “aliados extremistas”. Apoio de Barack Obama à vice-presidente é aguardado para breve. Eis um resumo do que aconteceu nesta quinta-feira na campanha norte-americana

Donald Trump acusou o Partido Democrata de “um golpe de estado” contra o Presidente Joe Biden, que desistiu da corrida eleitoral. O candidato republicano participou por telefone no programa da manhã da Fox News, onde descreveu como “terrível” o discurso de Biden na noite de quarta-feira, em que abordou a decisão de se retirar da disputa presidencial agendada para 5 de novembro. “Acho que foi um golpe de estado. Não queriam que ele se candidatasse. Estava muito em baixo nas sondagens e pensaram que ia perder”, comentou Trump.

A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, criticou a “agenda retrógrada” do adversário republicano e dos seus “aliados extremistas”. “Donald Trump e os seus aliados extremistas querem devolver a nossa nação a políticas económicas falhadas”, criticou a política democrata, discursando perante 3500 membros da Federação Americana de Professores em Houston, no Texas.

Além disso, “têm a coragem de dizer aos professores para colocarem armas na sala de aula quando se recusam a aprovar leis de bom senso sobre a segurança das armas”, acrescentou. Harris mencionou também a proibição de livros em vários estados, refletindo confrontos sobre questões sociais relacionadas com género, sexualidade e racismo: “Queremos proibir armas de assalto, e eles querem proibir livros”, argumentou.

Mais notícias do dia:

⇒ O antigo Presidente norte-americano, Barack Obama, tem conversado regularmente com Harris desde o início da campanha da democrata, a quem já mostrou o seu apoio e vai manifestá-lo publicamente em breve, segundo relataram quatro fontes à NBC News. Uma das fontes diz que Obama considera que Harris “começou bem”.

⇒ A Fox News enviou convites às campanhas de Harris e Trump para a realização de um debate no dia 17 de setembro. A estação programa provisoriamente o debate para ocorrer apenas uma semana após um outro debate proposto para 10 de setembro pela ABC News, no qual tanto Biden como Trump se comprometeram a participar, antes de o democrata ter desistido da corrida.

⇒ Os republicanos do Congresso estão a agir rapidamente para destacar o papel da vice-presidente no controlo da imigração. A maioria republicana na Câmara de Representantes aprovou uma resolução, que é puramente simbólica, em que condenam a sua ação, repetindo uma linha de ataque que Trump adotou contra Harris desde que esta se tornou a provável candidata presidencial democrata.

⇒ Uma nova sondagem do “The New York Times”/Siena College mostra Trump com 48% e Harris logo atrás, com 47%, entre os prováveis eleitores. Já entre os eleitores registados, o candidato republicano surge com 48%, contra 46% da democrata. Trata-se de uma melhoria significativa para os democratas face à sondagem divulgada no início de julho, que apresentava Biden a uma distância de seis pontos percentuais.

⇒ Um painel de peritos em criminalidade reunido pelo Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED) – uma organização não-governamental especializada na recolha e análise de dados de conflitos, com sede em Washington – indicou que a atividade violenta de organizações de extrema-direita diminuiu nos Estados Unidos, mas admite que os incidentes possam aumentar nas semanas anteriores às eleições.

⇒ Pouco depois de um homem armado ter aberto fogo durante um comício em Butler, na Pensilvânia, Trump disse que o projétil que o atingiu na orelha era uma bala. No entanto, num depoimento perante o comité judicial da Câmara dos Representantes, o diretor do FBI, Christopher Wray, considerou não ser claro se esse era de facto o caso, ou se Trump tinha sido atingido por estilhaços.

Pode recordar os principais acontecimentos do dia anterior aqui.

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