Políticos democratas presos em ação contra detenção de imigrantes pelo ICE em edifício federal
Há políticos e ativistas entre os 75 detidos em Nova Iorque, na sequência de protestos contra tratamento de imigrantes pelo ICE
Há políticos e ativistas entre os 75 detidos em Nova Iorque, na sequência de protestos contra tratamento de imigrantes pelo ICE
Mais de uma dúzia de políticos de Nova Iorque foram detidos na quinta-feira num protesto dentro e fora de um edifício federal utilizado pelo Serviço de Imigração e Alfândega como centro de detenção, criticado pela falta de condições.
O edifício tem sido palco de detenções de imigrantes por parte de agentes mascarados do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) nos últimos meses, que os transferem para um centro de detenção interno que está sujeito a melhorias determinadas pelo tribunal.
Entre os políticos detidos, todos democratas, estão o diretor financeiro municipal, Brad Lander, o provedor da justiça, Jumaane Williams, os legisladores estaduais Julia Salazar e Gustavo Rivera, e as legisladoras locais Marcela Mitaynes e Jessica González Rojas, de acordo com os meios de comunicação locais e publicações nas redes sociais.
Esta não é a primeira vez que os políticos organizam protestos neste edifício contra as políticas de detenção e deportação da administração Trump, acabando por ser detidos por desobediência civil e posteriormente libertados.
De acordo com a Coligação de Imigração de Nova Iorque, as autoridades detiveram na quinta-feira um total de 75 pessoas, a maioria ativistas, incluindo onze políticos que realizaram um protesto no décimo andar do edifício, onde o ICE detém imigrantes e exigiu supervisão das suas condições.
A candidata democrata à presidência da Câmara de Nova Iorque, Zohran Mamdani, manifestou solidariedade à causa na rede social X e denunciou as "condições desumanas" do ICE no edifício, que os seus colegas pretendiam inspecionar.
Em agosto, o juiz federal Lewis Kaplan proibiu o ICE de manter pessoas em condições insalubres e, na quarta-feira, insistiu que o Governo cumprisse a sua ordem, que inclui a proibição de sobrelotação e a exigência de acesso a colchões, higiene e contacto com advogados, entre outras medidas.
Lander, numa conferência de imprensa após a sua libertação, sublinhou que as autoridades policiais não permitiram o acesso dos políticos às instalações onde os imigrantes estão detidos e bloquearam a porta com "fita e corda".
"Quando nos pediram para sair, dissemos que não sairíamos até vermos as condições em que os nossos cidadãos estão a ser detidos de forma cruel e ilegal. Deixámos claro que não sairíamos, e depois prenderam-nos", realçou Lander, citado pelo 'site' AMNY.
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