O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou o movimento de extrema-esquerda Antifa como organização terrorista, em consequência do assassínio do ativista ultraconservador Charlie Kirk.
"Tenho o prazer de informar os nossos muitos patriotas americanos que estou a designar a 'ANTIFA', UM DESASTRE DOENTIO E PERIGOSO DA ESQUERDA RADICAL, COMO UMA ORGANIZAÇÃO TERRORISTA", declarou Trump na sua rede social, Truth Social, usando letras maiúsculas.
"Recomendo também vivamente que aqueles que financiam a 'ANTIFA' sejam investigados minuciosamente, de acordo com os mais elevados padrões e práticas legais", declarou na quarta-feira, o líder republicano, que se encontra no Reino Unido em visita de Estado.
Trump acrescentou que a decisão procura proteger os cidadãos e realçou que quaisquer ações violentas atribuídas à Antifa serão tratadas com todo o rigor da lei.
O chefe de Estado não esclareceu qual o mecanismo que utilizará para formalizar a designação de organização terrorista. Especialistas e responsáveis têm sublinhado a dificuldade legal de sancionar um coletivo tão descentralizado.
A Antifa é uma rede nos EUA, que agrupa ativistas que se definem como anarquistas, anticapitalistas ou comunistas, que Donald Trump tem acusado, em várias ocasiões, de incitar a violência, incluindo os distúrbios posteriores à morte de George Floyd, em 2020, durante o seu primeiro mandato.
Por outro lado, o Departamento de Justiça apenas pode processar aqueles que dão apoio material a entidades na lista de organizações terroristas estrangeiras. Não existe uma lei específica para terrorismo doméstico.
Na terça-feira, Trump já tinha dito, quando questionado por jornalistas, que não descartava a possibilidade de declarar o movimento como "organização terrorista doméstica".
"É algo que faria, sim, se tivesse o apoio das pessoas que estão aqui", afirmou Donald Trump, apontando para membros do seu Gabinete na sala oval da Casa Branca.
"Acredito que começaria por Pam [Bondi, a procuradora-geral]. Se me permitirem, faria isso a 100% e com outros [grupos] também, por acaso. Mas, de qualquer forma, a Antifa é terrível", acrescentou o Presidente dos EUA.
Trump, o vice-presidente JD Vance e outros membros do Governo apontaram o "extremismo de esquerda" como parcialmente responsável pelo assassinato de Kirk, em 10 de setembro, no campus universitário de Utah.
As autoridades detiveram Tyler Robinson, de 22 anos, como suposto autor e asseguraram que o jovem se tinha "politizado" recentemente e desenvolvido uma grande aversão às ideias ultraconservadoras que Kirk promovia em fóruns célebres com estudantes.
Vários funcionários de empresas e universidades dos Estados Unidos foram despedidos ou alvo de processos disciplinares por comentários considerados inapropriados sobre o assassínio de Kirk.
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