EUA

Ex-namorada de Epstein afirmou em interrogatório que nunca viu “qualquer comportamento inapropriado” de Donald Trump

Donald e Melania Trump (namorada, à época), com Jeffrey Epstein e a socialite britânica Ghislaine Maxwell em Mar-a-Lago, em fevereiro de 2000
Donald e Melania Trump (namorada, à época), com Jeffrey Epstein e a socialite britânica Ghislaine Maxwell em Mar-a-Lago, em fevereiro de 2000
Davidoff Studios/Getty Images

O Departamento de Justiça divulgou transcrição do interrogatório a Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão por ter ajudado a atrair adolescentes para serem abusadas sexualmente pelo magnata Jeffrey Epstein, que morreu na prisão em 2019

O Departamento de Justiça norte-americano divulgou hoje um interrogatório à ex-namorada de Jeffrey Epstein, no qual Ghislaine Maxwell disse nunca ter observado qualquer comportamento inapropriado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Com exceção dos nomes das vítimas, todas as palavras foram incluídas. Nada foi removido. Nada foi omitido", garantiu ao X Todd Blanche, procurador-geral adjunto do Departamento de Justiça que conduziu o interrogatório no final de julho com Ghislaine Maxwell, agora detida numa prisão no Texas.

O interrogatório tornou-se público num momento em que existem críticas à administração Trump por se ter recusado a divulgar registos daquele caso de tráfico sexual.

Maxwell disse que terá conhecido Trump em 1990, quando o seu pai, o magnata dos jornais Robert Maxwell, era proprietário do New York Daily News.

"Posso ter conhecido Donald Trump nessa altura, porque o meu pai era amigo dele e gostava muito dele", afirmou Maxwell, de acordo com a transcrição.

Maxwell adiantou que o seu pai gostava também da então mulher de Trump, Ivana, "porque ela também era da Checoslováquia, de onde o meu pai era".

Quando questionada se alguma vez tinha ouvido "o Sr. Epstein ou qualquer outra pessoa dizer que o Presidente Trump teve um comportamento inapropriado com massagistas ou qualquer outra pessoa" no seu círculo, Maxwell respondeu: "Absolutamente nunca".

A ex-socialite condenada em 2021 por ajudar a atrair adolescentes para serem abusadas sexualmente por Epstein, foi interrogada durante dois dias pelo procurador-geral adjunto num tribunal da Flórida.

Após o interrogatório, Maxwell foi transferida da prisão federal na Flórida, onde cumpria uma pena de 20 anos, para uma de segurança mínima no Texas.

Nem o seu advogado, nem o Departamento Federal de Prisões explicaram o motivo da transferência.

O caso Epstein chamou a atenção do público devido às ligações sociais daquele homem rico, ao longo de anos, com figuras proeminentes como o príncipe Andrew de Inglaterra ou os ex-presidentes norte-americanos Bill Clinton e Donald Trump.

Epstein foi preso em 2019 por ter abusado sexualmente de dezenas de adolescentes e foi encontrado morto um mês depois numa cela de prisão em Nova Iorque, no que os investigadores descreveram como um suicídio.

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