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Trump ameaça deportar 500 mil haitianos dos EUA: “Isto mina os princípios da justiça internacional e pode inspirar outros governos”

Donald Trump
Donald Trump
Tasos Katopodis/Getty Images

Donald Trump fez da deportação de imigrantes e do encerramento das fronteiras do país aos requerentes de asilo uma pedra basilar da sua administração. Os haitianos, o mais recente grupo que o Presidente dos EUA quer deportar, estavam sob o estatuto de proteção temporária, o que lhes permitia viver e trabalhar legalmente nos EUA, devido às condições de insegurança no Haiti. Para já, um juiz federal impediu o Governo de executar aqueles planos, mas peritos alertam para os perigos de perseguir imigrantes pela sua origem

Ainda decorria a campanha de 2024 e o candidato presidencial Donald Trump ajudava a impulsionar boatos sem fundamento sobre os imigrantes haitianos no Ohio, mentindo frequentemente sobre eles (mesmo no seu debate com Kamala Harris). Trump agarrou-se ao rumor infundado de que imigrantes ilegais do Haiti estariam a comer animais de estimação numa pequena cidade do Ohio: “Em Springfield, estão a comer os cães. As pessoas que chegaram estão a comer os gatos. Estão a comer, estão a comer os animais de estimação das pessoas que lá vivem.”

Apesar de não terem qualquer base credível, as acusações espalharam-se nas redes sociais, com uma publicação de J. D. Vance, então candidato à vice-presidência, e obtiveram mais de 11 milhões de visualizações. O mais curioso é que “estes imigrantes estavam legalmente no país, e, com as ações de Trump, isso deixará de ser verdade”, diz Andrew Rudalevige, especialista em poderes presidenciais, ao Expresso. “Isto significa que Springfield, Ohio, e muitos outros lugares, perderão pessoas que trabalham arduamente e que cumprem a lei. A economia e a comunidade locais sofrerão. O mesmo acontecerá com as pessoas que vieram para os EUA na esperança de melhorar a vida das suas famílias.”

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