Hadley Duvall foi violada pelo padrasto aos 12 anos. Residente no Kentucky, conseguiu abortar sem dificuldade, situação que pode alterar-se para futuras vítimas do mesmo crime, caso o republicano Daniel Cameron vença as eleições para governador naquele estado interior. No próximo dia 5 de novembro realizam-se as presidenciais americanas, assim como outros sufrágios e referendos locais.
“Todos os que acham que não deve haver exceções, mesmo em caso de violação ou incesto, jamais conseguirão colocar-se na pele das vítimas”, insistiu a jovem à medida que recordava a tragédia vivida há dez anos. “Esta mensagem é para ti, Daniel Cameron, e para o líder do teu partido, Donald Trump. Dizer a uma menor que deve ter a criança, fruto da violação do padrasto, é impensável. Decidi falar porque mulheres e raparigas precisam de ter opções. Daniel Cameron e Donald Trump acreditam que não.”
A mensagem, transmitida repetidas vezes nos espaços publicitários televisivos, foi paga por um dos grupos que apoiam a candidatura da democrata Kamala Harris à Casa Branca. Terça-feira à noite nos Estados Unidos (madrugada em Portugal Continental), durante as horas que antecederam o debate entre Harris e Trump, multiplicaram-se os anúncios daquele tipo, numa espécie de preparação para o evento principal.
A aposta forte da equipa da vice-presidente dos Estados Unidos resulta da robustez financeira. Só no mês passado, amealhou 361 milhões de dólares (327 milhões de euros), o mês mais lucrativo de sempre de um candidato presidencial. Cerca de um milhão de pessoas contribuíram pela primeira vez.
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